02/04/2021 - 9:07
O presidente dos EUA, Joe Biden, apresentou nesta quarta-feira (31/3) as linhas gerais de um ambicioso plano para reconstrução e modernização de infraestrutura, com o objetivo de criar milhões de postos de trabalho e adaptar o país aos efeitos da mudança do clima. Ao todo, as medidas deverão custar cerca de US$ 2 trilhões ao longo dos próximos oito anos, com foco especial na expansão de fontes renováveis de energia. Se sair do papel, este poderá ser o plano mais abrangente desde o New Deal de Franklin Delano Roosevelt nos anos 1930, que ajudou os EUA a sair da Grande Depressão.
O pacote, denominado de Plano de Empregos Americanos, contempla desde a recuperação e expansão de estradas e ferrovias, a modernização de equipamentos de educação, saúde e de saneamento básico e abastecimento de água, a reforma de portos e aeroportos, até a instalação de novas plantas de geração elétrica solar e eólica e investimentos no desenvolvimento de tecnologia para geração de energia a partir do hidrogênio. Para financiar essas ações, Biden também apresentou uma proposta de revisão tributária que ampliará o pagamento de impostos federais pelas maiores empresas norte-americanas, que hoje se beneficiam com isenções e com brechas legais.
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Dificuldades no Congresso
De qualquer maneira, Biden e os democratas no Congresso não deram detalhes sobre como pretendem proceder para garantir a aprovação do pacote trilionário para infraestrutura. Esse tema costuma ter apoio bipartidário nos EUA, mas a magnitude das medidas e o alto custo atrelado a elas tornam mais difícil um eventual apoio da oposição republicana. Existe a possibilidade de que partes do plano sejam aprovadas no Legislativo via reconciliação, um atalho legal que permite aos democratas a aprovação de itens que não impliquem questão orçamentária apenas com a maioria simples no Senado – hoje dividido pela metade com os republicanos, com a vice-presidente Kamala Harris com o voto de desempate.
O anúncio de Biden foi abordado e detalhado por Bloomberg, “Guardian”, “NY Times”, Reuters e “Wall Street Journal”.