01/02/2011 - 0:00
Dia Mundial da Lembrança ao Holocausto é celebrado na Unesco
O Dia Mundial da Lembrança ao Holocausto, celebrado em 27 de janeiro, foi objeto de uma cerimônia especial um dia antes na sede da Unesco em Paris, na França, na qual se incluiu um debate sobre o papel da entidade na luta contra o antissemitismo. A Unesco também marcou a data com duas exibições no Mémorial de la Shoah, entre 24 de janeiro e 1º de fevereiro, e dois cursos de treinamento posteriores, um deles dedicado a professores. Essas iniciativas reforçam a importância do tema numa época em que a existência do Holocausto tem sido posta em dúvida. O governo do Irã, a despeito da evidência de Auschwitz (abaixo) e de outros campos de concentração na Europa Central e Oriental, afirma que o Holocausto virou uma campanha publicitária do governo de Israel.
A mídia na era do WikiLeaks será tema de debates na data.
Mídia do século 21 será destaque no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa
“A Mídia do Século 21: Novas Fronteiras, Novas Barreiras” é o tema da próxima edição do World Press Freedom Day, que será comemorado em 3 de maio de 2011. Eventos estão planejados em mais de 100 países para celebrar a data, que também marca o 20º aniversário da Declaração de Windhoek para a promoção de uma imprensa livre e pluralista. Um dos destaques será a apresentação do Prêmio de Liberdade de Imprensa Mundial Unesco/Guillermo Cano. A cerimônia de premiação será realizada no National Press Club, em Washington, nos Estados Unidos. O prêmio, criado em 1997, é atribuído anualmente a uma pessoa, organização ou instituição que tenha feito uma contribuição importante para a defesa e/ou a promoção da liberdade de imprensa, em qualquer lugar do mundo, especialmente se envolver a assunção de riscos.
Uma conferência internacional também será realizada em Washington, entre 1º e 3 de maio, relativa ao tema do evento, sob a organização da Unesco, do Departamento de Estado dos EUA e de mais de 20 parceiros da sociedade civil. A conferência terá lugar no Newseum, museu dedicado à história da imprensa e à liberdade de expressão em todo o mundo. Os debates incidirão sobre o papel crescente da internet, o surgimento de novos meios de comunicação e o aumento dramático das redes sociais.
Um evento especial, previsto para 4 de maio na sede da ONU em Nova York (EUA), vai marcar o 20º aniversário da Declaração de Windhoek. Aprovada em 1991, após uma conferência realizada em Windhoek (capital da Namíbia) sobre o desenvolvimento de uma imprensa livre africana, essa declaração frisa a importância de uma imprensa independente para desenvolver e preservar a democracia e o desenvolvimento econômico. Dois anos depois, a Assembleia-Geral da ONU estabeleceu o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A data será comemorada em Windhoek com uma conferência regional para avaliar o futuro da comunicação social na África. Nos Estados Árabes, a Unesco e a rede via satélite Al Jazeera vão trabalhar em conjunto para sediar uma série de eventos relativos ao dia. A Unesco também incentiva aqueles que estão comemorando o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa a observar um minuto de silêncio em memória dos jornalistas que deram a vida pelo nosso direito de ser informado. Informações: http://bit.ly/unesco461
ONU cria o “IPCC da biodiversidade”
A 65ª sessão da Assembleia-Geral da ONU aprovou em dezembro a criação da Plataforma de Política da Ciência Intergovernamental sobre Serviços de Ecossistemas e Biodiversidade (IPBES, na sigla em inglês). A Unesco é uma das instituições internacionais designadas para organizar a próxima reunião ligada à criação desse novo órgão, estabelecido de acordo com o modelo do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). O principal objetivo do IPBES é conscientizar líderes políticos e o público sobre as consequências desastrosas da perda de biodiversidade. Pretende-se garantir que o conhecimento científico sobre o desaparecimento muito rápido de diversas espécies vegetais e animais e a erosão dos ecossistemas leve a ações concretas.
Segundo a Avaliação Ecossistêmica do Milênio (2005), em que a Unesco esteve envolvida, nos últimos 50 anos os ecossistemas foram destruídos em escala e ritmo sem precedentes. Fenômenos como o crescimento recorde na área cultivada, a superexploração dos recursos hídricos e das populações de peixes, a poluição maciça causada por fertilizantes e a erosão de ambientes naturais como recifes de coral levam à extinção maciça de espécies, causam dano aos serviços prestados pela natureza e implicam uma ameaça para o futuro.
A próxima etapa terá lugar em Nairóbi (Quênia), neste mês, quando será aprovada a organização da primeira reunião plenária do IPBES, que ocorrerá ainda neste semestre.
2011, ano de florestas
A Assembleia-Geral da ONU declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas para aumentar a conscientização sobre a gestão sustentável, a conservação e o desenvolvimento sustentável de todos os tipos de florestas. Elas fornecem abrigo, são fonte de alimentos, remédios e água potável e oferecem uma ampla gama de serviços ambientais, incluindo a conservação da biodiversidade, o abastecimento de água, o sequestro de carbono, o controle de inundações e a proteção contra a erosão do solo e a desertificação. Elas desempenham um papel vital na manutenção da estabilidade do clima global e do meio ambiente. As florestas são vitais para a sobrevivência e o bem-estar das pessoas em todos os lugares.
Manter os ecossistemas florestais pode ajudar a aumentar nossa resistência à mudança climática. As áreas protegidas (como reservas da biosfera e parques nacionais) são consideradas uma das opções mais eficientes e de custo mais eficaz para a conservação das florestas. Site oficial do Forest 2011: www.un.org/en/events/iyof2011/
Resgate do Patrimônio Mundial no Congo
Uma reunião entre a Unesco e líderes da República Democrática do Congo (RDC), realizada em Kinshasa, capital do país, em janeiro, debateu formas de fortalecer a proteção aos cinco sítios do patrimônio do país inscritos na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo. O encontro foi comandado pelo primeiro-ministro congolês, Adolphe Muzito, e pela diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.
Os sítios em perigo são os parques nacionais de Virugna, Kahuzi-Biega, Garamba e Salonga e a Reserva de Vida Selvagem Okapi, lares de animais únicos, como o gorila-damontanha e o ocapi (foto abaixo). Nos últimos 20 anos, a insegurança originária da presença de grupos armados, da proliferação de armas e da ruptura generalizada da lei e da ordem levou à caça ilegal maciça.
A mineração clandestina também já impacta boa parte dos sítios e novas concessões de mineração e exploração petrolífera ameaçam seu status de Patrimônio Mundial.
Na mesma viagem, Irina Bokova assinou um acordo com Joseph Kabila. presidente da RDC, para criar um Centro de Pesquisa e Documentação sobre Mulheres, Gênero e Construção da Paz para a região dos Grandes Lagos da África, sediado em Kinshasa.