27/06/2021 - 13:55
É um prazer de que grande parte do mundo foi privada por muitos meses. O prazer de entrar no cinema – deslizando entre as fileiras de assentos e deixando a escuridão envolvê-lo, enquanto você olha com ternura para a tela grande, para mergulhar em uma história.
Embora esses espaços permaneçam temporariamente inacessíveis para nós, podemos relembrar a experiência do filme por meio das fotos do fotógrafo francês Stephan Zaubitzer (https://www.stephanzaubitzer.com/). Ele já viajou o mundo, fotografando cinemas para um projeto no qual trabalha desde 2003.
- “Há uma guerra à arte e à cultura no Brasil”, diz Anna Mulayert
- Chloé Zhao: uma diretora chinesa reinventa Hollywood
Os “retratos” de cinemas de Zaubitzer revelam a singularidade arquitetônica dessa herança popular – um mundo distante da mesmice dos multiplexes. O Rialto em Casablanca (Marrocos), o Roxy no Rio [cujo fechamento foi anunciado em junho – N. da R.], e o Raj Mandir em Jaipur (Índia) exibem suas fachadas imponentes e um tanto antiquadas – como um show antes do show.
Perdas globais
Esses locais, que oferecem uma experiência coletiva como nenhum outro, foram duramente atingidos pela pandemia de covid-19. Somente em março de 2020, a indústria cinematográfica global registrou uma perda de US$ 7 bilhões em receitas. Algumas salas de cinema podem nunca reabrir.
Ao celebrarmos o Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável em 2021, a Unesco está exortando os tomadores de decisão a integrarem a cultura em seus planos de recuperação e a abordar a condição precária dos artistas e o risco de que a produção cultural se torne padronizada.