02/06/2016 - 18:19
As Olimpíadas da era moderna têm sido uma metamorfose constante. A cada edição, diferentes esportes e modalidades entram e saem da grade das disputas. Dentre as 41 modalidades de 28 esportes da edição Rio 2016, dois deles re-estreiam nesse circuito depois de cerca de 100 anos: o elegante e límpido golfe e o enérgico e lamacento rúgbi.
Para que uns entrem, porém, outros precisam sair, pois o número máximo de atletas no evento não deve superar 10.500, determina o Comitê Organizador Internacional dos Jogos (COI). Nesta edição, o squash foi sacrificado. Por si só a exclusão desse esporte não abriria espaço suficiente para a entrada de dois outros com mais atletas, mas ela se somou à saída do beisebol, em 2008. Essa flutuação, segundo o COI, resulta da proposta de reavaliar a composição da Olimpíada, após cada evento, para garantir que ela continue sempre empolgante e relevante. Mas há muitos outros interesses em jogo.
Objetivamente, avaliam-se 39 requisitos técnicos e práticos do esporte – por exemplo, ele deve ter atletas no mínimo em 75 países e quatro continentes, no caso dos homens, e em pelo menos 40 países e três continentes, no caso das mulheres. A evolução, a tradição e a viabilidade de transmissão do esporte pela TV também contam, assim como a possibilidade de participação de atletas de ponta, o apelo global e o interesse entre os jovens. Mas as confederações de cada modalidade também investem em um lobby de marqueteiros especializados que cobram altos honorários para convencer o COI a incluir o esporte no evento.
No Rio, o rúgbi voltará à Olimpíada em sua versão menos conhecida, mas mais dinâmica e atraente para leigos: o rugby sevens (com times de sete jogadores). Nessa modalidade, a partida se divide em dois tempos corridos de sete minutos. Apenas na final os tempos duram dez minutos. O formato mais praticado no mundo, o rugby 15, envolve equipes de 15 jogadores, com dois tempos de 40 minutos.
Já o golfe manterá os tradicionais 18 buracos, que demandam ao menos quatro horas de jogo. Paulo Pacheco, presidente da Confederação Brasileira de Golfe (CBG), disse à revista IstoÉ 2016 que a razão para o esporte ter sido aceito nesta edição é “um mistério divino”, mas, claro, muito comemorado. Sua popularidade mundo afora, sobretudo entre o público de alta e altíssima renda, parece ter pesado muito para a volta ao circuito olímpico.