16/12/2021 - 12:39
A BVG, a empresa de transportes públicos de Berlim, encontrou uma maneira de aliviar o estresse dos passageiros em meio à correria da época natalina e os inconvenientes gerados pela pandemia.
Os usuários do metrô e dos ônibus da capital alemã poderão adquirir bilhetes impregnados com óleo de cannabis, que, segundo a empresa, podem exercer um “efeito calmante” após serem digeridos.
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Os bilhetes, que custam 8,80 euros cada, (aproximadamente 56 reais) e podem ser usados durante 24 horas, são feitos de papel comestível e salpicados com “não mais do que três gotas” de óleo de cannabis.
A BVG afirma que o óleo foi obtido da semente da planta da maconha que, ao contrário das flores, não contém a substância entorpecente tetra-hidrocanabinol (THC). Dessa forma, o bilhete diário é “completamente inofensivo à saúde” e legal, assegura a empresa.
“Assim, é possível viajar por Berlim sem incômodos o dia todo e simplesmente engolir o estresse do Natal juntamente com o seu bilhete”, afirma a BVG.
A empresa esclarece que não se trata de tomar uma posição pública sobre o debate em torno da legalização da maconha na Alemanha. O novo governo alemão, que tomou posse na semana passada, já se comprometeu a legalizar o uso recreativo da substância.
“Somos contra qualquer tipo de uso de drogas, seja legal ou ilegal”, disse a BVG, acrescentando que, por outro lado, apoia “abordagens mais abertas sobre substâncias que sejam completamente inofensivas”.
“O óleo de cannabis é, em princípio, tão inofensivo quando o de girassol ou de oliva.”
“Deixamos claro que qualquer um que utilizar esse bilhete deve mordiscá-lo ou comê-lo somente após a viagem, porque, se estiver mordido, não é mais válido”, enfatizou um porta-voz da empresa.
Campanhas peculiares
A BVG é conhecida por algumas campanhas de marketing bastante peculiares. Em 2018, centenas de pessoas formaram filas em frente aos guichês para comprar pares de uma edição limitada de tênis da Adidas que podiam ser usados como bilhetes anuais do metrô.
Os calçados eram vendidos por 180 euros – muito mais em conta que um ticket anual que custava normalmente 761 euros – e vinham com a mesma estampa da cobertura dos assentos do metrô.
rc/ek (AFP, DPA)