20/01/2022 - 6:58
Um dia após registrar o recorde de mais de 130 mil casos diários de covid-19, o Brasil contabilizou nesta quarta-feira (20/01) mais de 200 mil infecções em 24 horas pela primeira vez desde o início da pandemia.
Foram 204.854 casos, segundo dados do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O número de novas mortes por covid-19 registradas foi de 338.
No total, o país acumula mais de 23,4 milhões de casos e mais de 621,8 mil mortes desde o início da pandemia.
Na terça-feira, haviam sido registradas 137.103 novas infeções pelo coronavírus nas últimas 24 horas. O país não registrava um número tão alto de infeções diárias desde 18 de setembro de 2021, quando contabilizara 150.110 casos num dia, mas naquela ocasião o número havia sido inflado pela inclusão de milhares de casos “atrasados” de semanas anteriores.
A média móvel de casos diários — calculada a partir dos números dos últimos sete dias — está em torno de 100 mil e em forte alta desde 29 de dezembro, em meio ao avanço da variante ômicron do coronavírus, altamente contagiosa.
Segundo especialistas, a ômicron já é dominante no Brasil, respondendo por mais de 90% dos casos. Oficialmente, porém, o governo contabilizou apenas 811 casos confirmados da nova variante e está investigando outras 1.080 infecções.
Ocupação de UTIs em alta
De acordo com boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quarta, quatro estados – Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso e Goiás – estão na zona de alerta crítico, por ter taxas de ocupação de suas UTIs superiores a 80%.
Estão na zona de alerta intermediário, com taxas de ocupação entre 60% e 80%, o Distrito Federal e dez estados: Amazonas, Roraima, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Mato Grosso do Sul.
A Fiocruz destacou ainda que, apesar de fora da zona de alerta, São Paulo viu sua taxa de ocupação de UTIs subir de 35% para 49% em uma semana, e o Paraná, de 46% para 56%.
De acordo com a Fiocruz, a taxa de ocupação também é alarmante em algumas capitais, como Cuiabá (100%), Rio de Janeiro (95%), Fortaleza (85%) e Recife (80%).
Em seu boletim, a Fiocruz aponta que, “após o ‘ataque hacker’ ocorrido em dezembro, os sistemas de informática do Ministério da Saúde foram reestabelecidos, mas ainda estão inconsistentes, como provável fruto das dificuldades de consolidação das bases de dados no período de indisponibilidade dos sistemas de informação”. “A instabilidade dos dados disponíveis de casos leves, óbitos e cobertura vacinal ainda causa preocupação”, aponta.
lf (Reuters, Efe, ABR, ots)