24/01/2022 - 8:33
O tema desta imagem é um grupo de três galáxias, conhecidas coletivamente como NGC 7764A. Elas foram fotografadas pelo Telescópio Espacial Hubble, da Nasa/ESA, usando sua Advanced Camera for Surveys (ACS) e Wide Field Camera 3 (WFC3). As duas galáxias no canto superior direito da imagem parecem estar interagindo uma com a outra – de fato, os longos rastros de estrelas e gás que se estendem de ambas dão a impressão de que ambas acabaram de ser atingidas em grande velocidade, jogadas em desordem pela galáxia em forma de bola de boliche no canto inferior esquerdo da imagem.
Na realidade, no entanto, as interações entre as galáxias acontecem em períodos de tempo muito longos, e as galáxias raramente colidem de frente umas com as outras. Também não está claro se a galáxia no canto inferior esquerdo está realmente interagindo com as outras duas, embora estejam tão relativamente próximas no espaço que parece possível que estejam. Por uma feliz coincidência, a interação coletiva entre essas galáxias fez com que as duas no canto superior direito compusessem uma forma que, da perspectiva do nosso Sistema Solar, lembra a nave estelar conhecida como USS Enterprise, da série Star Trek (Jornada nas Estrelas).
- Hubble mostra uma espetacular ‘briga’ entre três galáxias
- Raios brilhantes e sombras escuras: atividade intensa em galáxia próxima
- Hubble flagra interação próxima entre galáxias
Estranheza da nomenclatura cósmica
O grupo NGC 7764A fica a cerca de 425 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Phoenix (a Fênix). Ele é um exemplo fascinante de quão estranha a nomenclatura astronômica pode ser. As três galáxias são individualmente denominadas NGC 7764A1, NGC 7764A2 e NGC 7764A3. Apenas para ser realmente difícil, uma galáxia totalmente separada, chamada NGC 7764, fica nos céus à distância de uma Lua (como vista da Terra).
Essa denominação bastante aleatória faz mais sentido quando consideramos que muitos dos catálogos para rastrear corpos celestes foram compilados há mais de 100 anos, muito antes de a tecnologia moderna tornar a padronização da terminologia científica bem mais fácil. Como é, muitos objetos astronômicos têm vários nomes diferentes, ou podem ter nomes tão semelhantes aos nomes de outros objetos que causam confusão.