25/10/2016 - 15:21
Ser verde é um bom negócio
O primeiro Carbon Clean 200, que classifica as maiores companhias listadas publicamente ao redor do mundo por suas receitas e que investem em energia limpa, conforme dados da Bloomberg New Energy Finance, constata algo muito importante: o desempenho das empresas com orientação mais “verde” é até três vezes superior ao de suas concorrentes mais poluidoras. Para constarem da relação, as empresas devem ter capitalização de mercado de pelo menos US$ 1 bilhão e gerar pelo menos 10% da sua receita a partir de recursos renováveis. Divulgada em agosto, a lista, organizada pela organização sem fins lucrativos As You Sow e pela empresa de pesquisa de marketing Corporate Knights, exclui todas as companhias de óleo e gás e empresas de serviços de utilidade pública que geram menos de 50% da energia usada a partir de fontes renováveis, além de companhias ligadas a “lobbies de negação do problema do clima” ou que lucram com desmatamento de florestas tropicais, fabricação de armas e uso de trabalho infantil ou forçado. A maioria das empresas do ranking é chinesa (66 inserções) e americana (40). A maior parte da receita de mais de 70 das empresas listadas provém de energia limpa. A montadora japonesa Toyota encabeça a lista, seguida pelo conglomerado alemão Siemens. Outras empresas com posições destacadas são a japonesa Panasonic (5º lugar), a dinamarquesa Vestas (7º), a americana Tesla Motors (17º) e a sul-coreana Samsung (23º).
Turismo insustentável
As lindas paisagens geladas das ilhas Lofoten, na Noruega, têm servido de palco ou inspiração para superproduções de Hollywood, e o interesse turístico gerado por isso ameaça a sustentabilidade local. O problema começou a ser sentido em 2013, ano do lançamento de Frozen, da Disney, filme apoiado pelo conselho turístico norueguês que resultou em um aumento de 20% no número de visitantes no país – 1 milhão só em Lofoten. O astro Matt Damon filma atualmente no arquipélago cenas da comédia Downsizing. Os 24.500 moradores regulares de Lofoten já reclamam de problemas de tráfego, falta de coletores de lixo e de banheiros públicos. E prevê-se que o número de visitantes mais que dobrará nos próximos anos. “Em termos de turismo, ficamos totalmente desequilibrados este ano”, declarou o prefeito da municipalidade de Flakstad, Hans Fredrik Sørdal, à rede pública de TV NRK.
milhões de pessoas estavam empregadas na indústria global de energia renovável no fim de 2015, de acordo com o balanço anual da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês). O número significa um aumento de 5% em relação a 2014. O maior empregador é o setor de energia solar, com 2,8 milhões de postos de trabalho.
Câncer ancestral
Antropólogos da Universidade de Witwatersrand, em Johannesburgo (África do Sul), descobriram um tumor no pé do fóssil de um hominídeo que viveu há 1,7 milhões de anos em terras atualmente do país país, o que o torna o caso mais antigo de câncer já conhecido. A doença foi constatada por técnicas avançadas de raio X. O fóssil, pertencente a um hominídeo da espécie Paranthropus, foi localizado na caverna de Swartkrans. Antes dessa descoberta, divulgada na revista South African Journal of Science, o tumor considerado mais antigo era o achado na mandíbula de um fóssil de um Homo erectus africano, datado de 1,5 milhão de anos. A novidade reforça a ideia de que, ao contrário do que alguns especialistas defendem, o câncer não é uma exclusividade das sociedades modernas.
Lei antidesperdício
Seguindo um exemplo dado em fevereiro pela França, o Senado da Itália aprovou em agosto uma lei de combate ao desperdício de alimentos. O plano SprecoZero (“Desperdício Zero”) busca a doação de alimentos que seriam jogados fora para populações carentes. Integram esse grupo os alimentos que obedecem às normas de higiene e segurança, mas estão perto da data de vencimento da validade ou não foram postos à venda por razões como erros no rótulo. O projeto, que também abrange incentivos fiscais para restaurantes e supermercados dispostos a doar comida e remédios, deve poupar anualmente cerca de 1 milhão de toneladas de comida, resultando em uma economia ao redor de 12 bilhões para os cofres italianos no período. Segundo a Confederação Nacional de Cultivadores Diretos, cada italiano joga em média cerca de 76 quilos de alimentos no lixo por ano.
Genética da depressão
A partir da análise do DNA de 300 mil pessoas originárias da Europa, cientistas americanos descobriram 17 diferentes variações genéticas que aumentam o risco de uma pessoa desenvolver depressão. O estudo, publicado em agosto na revista Nature Genetics, é o primeiro a mostrar as ligações genéticas com a doença encontradas em pessoas de ascendência europeia. A depressão está relacionada a fatores genéticos e ambientais, cuja inter-relação também tem importância no processo. Até então, estudos sugeriam que a doença estava ligada a duas regiões do genoma, mas a pesquisa mais recente identificou 17 variações espalhadas em 15 regiões diferentes. “Isso enfatiza que a depressão é realmente uma doença do cérebro”, afirma Roy Perlis, professor de psiquiatria da Universidade Harvard e coautor do estudo. A descoberta deverá levar a uma melhor compreensão do distúrbio e a novos tratamentos para combatê-lo.
Persuasão pelo dinheiro
Ganzi, uma região inóspita do oeste da China pouco menor que o Amapá e povoada por cerca de 1,1 milhão de pessoas, na maioria tibetanos, é o alvo de um investimento maciço do governo chinês para quebrar a resistência cultural de décadas dos moradores locais e deixá-los mais dóceis a Pequim. Situada na província de Sichuan, Ganzi receberá cerca de US$ 30 bilhões por cinco anos para ser integrada à economia chinesa. A capital regional, Kangding, já tem um novo aeroporto de fácil acesso e, em dois anos, uma autoestrada reduzirá a viagem entre essa cidade e a capital provincial, Chengdu, de 20 para três horas. Uma ferrovia orçada em US$ 1 bilhão também está nos planos, assim como investimentos em saúde, educação e geração de empregos. “Em 20 ou 30 anos, atingiremos um padrão de vida escandinavo”, diz o governador de Ganzi, Yeshe Dawa – ele próprio de etnia tibetana.
aumentou a população de papagaios-de-peito-roxo no ano passado ante 2014, segundo o último censo internacional dessa ave, promovido pelo Projeto Charão, com apoio da Fundação Grupo Boticário. Foram contados 3.920 pássaros no Brasil, na Argentina e no Paraguai. A ave, cujo habitat são as florestas de araucárias, ainda corre risco de extinção.
Cão-robô
Criadora de robôs ágeis e rápidos, a Boston Dynamics – adquirida em 2013 pelo Google X (braço da Alphabet, holding do grupo Google) – desenvolveu um que pode ser bem útil em casa. Com quase 30 quilos de peso, o SpotMini, menor e mais silencioso aparelho da empresa, lembra um cão na aparência, passa por baixo de objetos, sobe e desce escadas, contorna obstáculos como cadeiras e ergue-se sozinho caso escorregue. Ele pode ajudar em tarefas domésticas, como colocar a louça na máquina de lavar ou reciclar latas de refrigerantes. Seu braço articulado apanha e segura objetos tão frágeis quanto vidro. Movido a eletricidade, ele funciona por até 90 minutos sem recarga de bateria. O SpotMini pode ser uma tentativa da Alphabet de tornar lucrativa a Boston Dynamics, cujos robôs foram vetados pelas Forças Armadas dos EUA.
Imunização contra a zika
De acordo com uma pesquisa da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) feita com macacos Rhesus, publicada na revista Nature Communications, quem contrai o vírus da zika uma vez passa cerca de sete dias infectado, mas depois disso fica imune ao microrganismo. No caso de macacas grávidas infectadas, observou-se uma diferença importante: o vírus persistiu em seu sangue cerca de 30 a 70 dias após a infecção. O fato de o organismo produzir defesas contra infecções posteriores indica que uma vacina que imite essa reação terá boas chances de sucesso.
anos era a idade aproximada de uma fêmea de tubarão-da-groenlândia morta recentemente, o que faz dela o ser vertebrado mais velho conhecido. Os cientistas dinamarqueses fizeram o cálculo usando datação por radiocarbono. Segundo o estudo, publicado em agosto na revista Science, esses animais crescem apenas 1 cm por ano.
Estrada elétrica
Está na Suécia a primeira “rodovia elétrica” do mundo. Em um trecho de 2,6 km de uma autoestrada próximo à cidade de Gävle, no centro do país, o governo instalou linhas de energia sobre a faixa da direita, sob as quais cavalos mecânicos híbridos fabricados pela montadora Scania, equipados com um “coletor de energia pantógrafo” produzido pela Siemens, podem rodar movidos unicamente a eletricidade. Quando os veículos saem da faixa, seus motores voltam a funcionar. Inaugurado no fim de junho, o sistema, que lembra o dos trólebus, não é exatamente novo – Seattle (EUA), por exemplo, tem algo parecido desde os anos 1940. Mas sua disseminação pelas autoestradas do país pode ajudar a Suécia a cumprir sua meta de não ter mais veículos movidos a combustíveis fósseis até 2030. Além disso, a tecnologia permite uma queda de 50% nos custos com o transporte de mercadorias, calculam seus criadores.