01/05/2022 - 9:09
Em matemática, a diferença de gênero que favorece os meninos nas séries iniciais desaparece gradualmente, de acordo com uma nova publicação do Relatório de Monitoramento da Educação Global da Unesco. O relatório pede que pensemos mais sobre a desigualdade de gênero e as barreiras que ainda impedem as meninas de realizar seu potencial.
Deepening the debate on those still left behind (“Aprofundando o debate sobre os que ainda ficam para trás”), um relatório anual de gênero da Unesco, analisou dados de 120 países no ensino fundamental e médio para oferecer um panorama global. Os resultados mostram que, nos primeiros anos, os meninos têm um desempenho melhor do que as meninas em matemática, mas essa diferença de gênero desaparece mais tarde.
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Essa pesquisa confirma que a disparidade de gênero na aprendizagem diminuiu mesmo nos países mais pobres. E em alguns países, a diferença agora é revertida. Por exemplo, na 8ª série, a diferença é a favor das meninas em matemática em 7 pontos percentuais na Malásia; 3 pontos no Camboja; 1,7 ponto no Congo; e 1,4 ponto nas Filipinas.
No entanto, preconceitos e estereótipos ainda podem afetar os resultados da aprendizagem. Embora as meninas se recuperem em matemática no ensino primário e secundário, os garotos têm muito mais probabilidades de estarem sobre-representados entre os melhores desempenhos em matemática em todos os países.
Nos países de renda média e alta, as meninas na escola secundária têm notas significativamente mais altas em ciências. Apesar dessa vantagem, elas ainda são menos propensas a optar por carreiras científicas, indicando que os preconceitos de gênero ainda podem ser obstáculos para a busca de educação adicional nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).
Meninas superam meninos em leitura
Além de mostrarem um bom desempenho em matemática e ciências, as meninas têm um desempenho ainda melhor em leitura. Mais meninas atingem proficiência mínima em leitura do que meninos. A maior lacuna na educação primária está na Arábia Saudita, onde 77% das meninas, mas apenas 51% dos meninos na 4ª série atingem proficiência mínima em leitura.
Na Tailândia, as meninas superam os meninos em leitura em 18 pontos percentuais; na República Dominicana, em 11 pontos; e no Marrocos, em 10 pontos. Mesmo em países onde meninas e meninos estão no mesmo nível de leitura nas séries iniciais, como na Lituânia e na Noruega, a diferença em favor das meninas aumenta para cerca de 15 pontos percentuais aos 15 anos.