18/05/2022 - 4:14
Com uma série de terremotos no dia 20 de março de 1980, começaram as atividades sísmicas no monte Santa Helena, no estado americano de Washington. O Departamento Geológico dos EUA reforçou seus postos de observação.
Dieter Wörner, geólogo da Universidade de Göttingen, na Alemanha, recorda: “Na época, eu era estudante, tinha escrito minha tese de doutorado e fiquei sabendo que vulcanólogos estavam trabalhando lá. (…) Fui de carro para lá e, no dia seguinte, voamos de helicóptero para o monte”.
Durante 120 anos, o monte Santa Helena permaneceu adormecido. A montanha é maravilhosa: um cone vulcânico íngreme e perfeito, cercado de florestas densas – um cenário idílico. Mas enganador. Pois o monte Santa Helena é um dos vulcões mais ativos do chamado “círculo do fogo”, que circunda o Oceano Pacífico.
Paisagem em volta completamente transformada
No dia 27 de março de 1980, diversas pequenas erupções freáticas abriram uma nova cratera. O flanco norte da montanha arqueou-se. A região foi evacuada e interditada. Dia 1º de abril de 1980: tremores do solo indicam a ascensão do magma. O abaulamento no lado norte crescia para uma altura de 100 metros e um diâmetro de quase dois quilômetros. Os indícios da erupção aumentavam.
David Johnstons, um dos pesquisadores, permaneceu no posto de observação, a apenas 16 quilômetros de distância da cratera. Às 8h32 do dia 18 de maio de 1980, ele comunicou pelo rádio: “Vancouver! Vancouver! Chegou a hora!” O monte Santa Helena explodiu com uma potência equivalente a 20 mil bombas de Hiroshima.
Dieter Wörner: “Toda a paisagem estava inteiramente transformada. Nas áreas mais próximas, todas as grandes árvores desapareceram. Um pouco mais distante, elas pareciam palitos de fósforo espalhados pelo chão, mas palitos de fósforo de dois metros de diâmetro e 30 metros de comprimento. Os galhos haviam desaparecido, arrancados pelo impacto da explosão. E tudo estava coberto por uma camada parda e feia de cinzas. Uma paisagem lunar não poderia ser pior, pois lá se viam ainda os restos de vida”.
No lugar do cume da montanha, havia um buraco de mil metros de profundidade. O flanco norte deslizou sobre o abaulamento, restando apenas as ruínas de uma montanha. Sessenta pessoas morreram na erupção. O número de vítimas só não foi maior pelo fato de a explosão ter ocorrido na manhã de um domingo.