30/06/2022 - 12:06
Na maioria dos dias, nuvens pairam sobre pelo menos parte do Mar Cáspio, o maior corpo de água interior do planeta. Mas uma nuvem que atravessou o Cáspio em 28 de maio de 2022 parecia mais peculiar do que a maioria, relata o site Earth Observatory da Nasa.
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O Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) no satélite Terra, da Nasa, adquiriu a imagem acima na manhã de 28 de maio. Apesar da estranheza inicial que a nuvem causa no espectador, Bastiaan van Diedenhoven, cientista atmosférico do SRON Netherlands Institute for Space Research, assegura que a nuvem é um pequeno estratocúmulo.
Esse tipo de nuvem é inchado como uma nuvem cumulus (cúmulo); cumulus é a palavra latina para “monte” ou “pilha”. Mas, diferentemente de uma nuvem cúmulo, os “montes” em uma nuvem estratocúmulo são agrupados, formando uma ampla camada de nuvens horizontais. (Stratus vem de um verbo latino que significa “espalhar” ou “cobrir com uma camada”.) O estratocúmulo retratado aqui formava uma camada de cerca de 100 quilômetros de diâmetro.
Bordas bem definidas
As nuvens estratocúmulos se formam em baixas altitudes, geralmente entre 600 e 2.000 metros. Segundo os especialistas, a nuvem da foto provavelmente estava pairando a cerca de 1.500 metros de altitude.
Quando a imagem foi feita, no final da manhã, a nuvem estava sobre o Cáspio central. À tarde, ela havia rumado para noroeste e chegado à costa de Makhachkala, na Rússia, ao longo de uma planície próxima ao sopé das montanhas do Cáucaso.
Para van Diedenhoven, a nuvem poderia ter se formado quando o ar quente e seco – possivelmente dos Bálcãs – encontrou ar mais frio e úmido sobre o Cáspio. Em seguida, derivou pelo mar e se dissipou quando chegou à terra.
O cenário explica ainda as bordas bem definidas da nuvem. “As bordas definidas são frequentemente formadas quando o ar seco e quente vindo da terra colide com o ar úmido mais frio sobre o oceano, e a nuvem se forma nesse limite”, disse van Diedenhoven. “Você costuma ver isso na costa oeste da África, mas em escalas muito maiores.”