01/06/2011 - 0:00
● Projeto contra descarte indevido de lixo chega ao Brasil
A campanha Limpa Brasil Let’s Do It! está chegando ao país com o objetivo de reunir 500 mil pessoas na limpeza de sete das maiores cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Guarulhos, Campinas e Goiânia. As primeiras ações dessa parceria entre a empresa de comunicação Atitude Brasil e a Unesco acontecerão no Rio de Janeiro e em Brasília na primeira semana de junho, integrando as comemorações da Semana Internacional do Meio Ambiente. Já desenvolvido em 20 países, o projeto promoverá, no Brasil, ações de limpeza bienais ao longo de 10 anos.
O movimento visa despertar a sociedade brasileira para os problemas relacionados ao descarte indevido do lixo. Atualmente matérias-primas que poderiam ser reaproveitadas são desperdiçadas no espaço público devido à falta de informação da população. A campanha incentivará a mudança de atitude das pessoas em relação aos resíduos sólidos, conscientizando-as sobre a gravidade do costume de jogar lixo fora do lixo.
Idealizado pelo ambientalista Rainer Nõlvak, da Estônia, o Let’s Do It! estreou naquele país em 2008: 50 mil voluntários retiraram 10 mil toneladas de lixo das praças, ruas e florestas em apenas cinco horas. No Brasil, o projeto pretende reunir mais de 50 mil pessoas em cada uma das cidades pelas quais passará em 2011: Brasília (3 e 4 de junho), Rio de Janeiro (4 e 5 de junho), Guarulhos (6 e 7 de agosto), São Paulo (13 de agosto a 18 de setembro), Goiânia (27 de agosto), Campinas (24 e 25 de setembro) e Belo Horizonte (a definir).
Pontos de descarte ilegal de lixo serão mapeados com a ajuda dos voluntários para permitir um planejamento estratégico da coleta de grandes quantidades de resíduos no dia da ação. A população poderá enviar fotos pelo celular e cadastrar locais de acúmulo inadequado de lixo pelo site www.limpabrasil.com. Os interessados em participar devem se cadastrar pelo mesmo site, no qual há quatro opções de voluntariado: divulgação, organização, logística e dia da ação. O lixo reciclável recolhido será separado e enviado às cooperativas; as prefeituras cuidarão dos rejeitos, encaminhando-os aos aterros sanitários.
Após as ações, haverá shows com grandes astros da música brasileira cujo mote será “Do Meu Lixo Cuido Eu”. Catadores de materiais recicláveis supervisionarão a limpeza do local usando duas bandeirinhas, uma vermelha e outra verde, para avisar a produção do evento caso haja ou não lixo no chão. O Instituto Akatu, em parceria com a TV Futura, criará um programa educativo sobre consumo consciente, a ser disseminado em escolas do país.
O movimento tem o patrocínio das empresas Oi, Vale e Banco do Brasil e o apoio da revista IstoÉ, Editora Trip, Rede Globo, TV Cultura, MTV, gráfica Stilgraf, agência Leo Burnett, do Canal Futura e da marca de roupas 1dasul.
● Custo-benefício da educação sexual
Os resultados de um estudo feito em seis países sobre o custo e a efetividade dos programas de educação escolar dedicados à sexualidade foram divulgados pela Unesco em Nova York, durante uma reunião em 27 de abril passado da Equipe-Tarefa Interagências de Educação da Unaids (programa das Nações Unidas criado em 1996 para ajudar os países a combater a Aids). O estudo pioneiro debruça-se sobre uma série de programas desenvolvidos em países de renda per capita baixa, média e alta: Nigéria, Quênia, Indonésia, Índia, Estônia e Holanda. Embora variem muito em termos de estrutura e escala, os programas integrados obrigatórios são mais eficientes, assim como aqueles adaptados com base em modelos preexistentes. Os custos para um aluno variam de US$ 6,90 na Nigéria para US$ 32,80, na Holanda. Pequenos programas-piloto no Quênia e na Indonésia indicam custos significativamente mais elevados.
O estudo destaca a relação custo-eficácia e a economia potencial de gastos em um contexto como o da Estônia, onde um programa nacional de educação da sexualidade foi implementado junto a serviços de saúde sexual e reprodutiva voltados para jovens. Entre 2001 e 2009, cerca de 13.490 ocorrências de saúde foram evitadas, incluindo 1.970 infecções pelo HIV, a um custo de vida potencial de US$ 67,83 por paciente.
“Temos, agora, os dados e a análise para construir um caso melhor e mais bem informado com vistas a investir em programas de educação escolar sobre sexualidade, especialmente nos países mais afetados pela epidemia e priorizados no plano estratégico 2011-2015 da Unaids”, diz Mark Richmond, coordenador global da Unesco para HIV e Aids. “Esse importante estudo dá uma base econômica para a nossa crença na educação sexual como uma plataforma fundamental para a prevenção do HIV entre as crianças e os jovens nos anos vindouros.” O relatório completo deve ser lançado entre o fim de maio e o início de junho deste ano. Para mais informações, os interessados devem acessar o endereço eletrônico aids@unesco.org.
● Patrimônio cultural submarino
décimo aniversário da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Cultural Submarino já está marcado por duas iniciativas relevantes. A primeira é o lançamento de um site (http://www.unesco. org/new/en/no_cache/culture/themes/underwatercultural- heritage/the-heritage/) dedicado ao tema, veiculado em sete línguas (inclusive o português), contendo a primeira página da Unesco dedicada especificamente às crianças.
O portal informa o público a respeito da importância da preservação desse patrimônio cultural, apoiado em animações em 3D e Flash, documentários e galerias de fotos. São apresentados também dados referentes a sítios arqueológicos e museus (incluindo ameaças aos primeiros), a missão da Unesco e oportunidades em treinamento e pesquisa. A área destinada às crianças (http://www.unesco.org/new/en/ culture/themes/underwater-cultural-heritage/theheritage/ kids-page/), elaborada em cooperação com a empresa franco-americana Moonscoop, oferece vários jogos educativos sobre os temas abordados no site.
A segunda iniciativa é a divulgação de um tutorial relativo às atividades desenvolvidas para proteção do patrimônio cultural submarino. Dividido em 14 capítulos, esse manual explica o Anexo da Convenção da Unesco para a Proteção do Patrimônio Cultural (2001) e ilustra as 36 regras relativas a esse trabalho. Veiculado inicialmente na internet (http://www. unesco.org/new/en/culture/themes/underwatercultural- heritage/underwater-heritage-tutorial/), o documento logo estará disponível em versão impressa, em inglês, francês e espanhol. Também estão previstas, entre outras novidades, a inclusão de testes, vídeos ilustrativos, materiais de treinamento preparados pelo centro de treinamento da Unesco na Tailândia e um manual de conservação elaborado pelo Centro Internacional de Arqueologia Submarina, em Zadar (Croácia).