11/07/2022 - 20:54
A Nasa revelou nesta segunda-feira (11/07) a primeira imagem de seu novo telescópio espacial, o poderoso James Webb, fornecendo um vislumbre inédito do início do universo.
Segundo a agência espacial americana, trata-se da “mais profunda e nítida imagem infravermelha do universo primitivo já capturada”.
A imagem, repleta de pontos de luz de vários tamanhos, mostra muitas estrelas, com galáxias massivas em primeiro plano e outras mais fracas e extremamente distantes. Parte delas foi formada logo após o Big Bang, há cerca de 13,7 bilhões de anos.
A divulgação foi acompanhada de um evento na Casa Branca com a participação do presidente Joe Biden. “É um dia histórico”, declarou o democrata na cerimônia.
Nesta terça-feira, a Nasa vai revelar mais quatro imagens que também resultaram dos olhares iniciais do telescópio espacial de 10 bilhões de dólares.
Elas incluem a visão de um planeta gasoso gigante fora do Sistema Solar, duas imagens de uma nebulosa onde as estrelas nascem e morrem em beleza espetacular, e a atualização de uma imagem clássica que mostra cinco galáxias fortemente agrupadas dançando umas em torno das outras.
“Vamos dar à humanidade uma nova visão do cosmos”, declarou o administrador da Nasa, Bill Nelson, no mês passado. “E é uma visão que nunca vimos antes.”
O telescópio usa câmeras térmicas infravermelhas para capturar partes do espectro eletromagnético invisíveis a olho nu. O infravermelho permite que os astrônomos vejam através de nuvens de poeira que, de outra forma, bloqueariam a visão.
O James Webb
O maior e mais poderoso telescópio espacial do mundo foi lançado ao espaço em dezembro de 2021 a partir da Guiana Francesa.
Em janeiro, ele atingiu seu ponto de observação a 1,6 milhão de quilômetros da Terra, quatro vezes mais longe que a Lua, de onde oferece uma visão inédita do universo.
Para se ter uma ideia, o Hubble, que era o maior telescópio em operação antes do Webb, está a 600 quilômetros da Terra desde 1990, entrando e saindo da sombra do planeta a cada 90 minutos.
A localização da órbita do James Webb é chamada de ponto Lagrange 2 e foi escolhida, em parte, porque mantém a Terra, o Sol e a Lua todos no mesmo lado de seu escudo solar.
Após atingir seu ponto de observação, o Webb começou então seu longo processo de alinhar os espelhos, deixar os detectores infravermelhos frios o suficiente para operar e calibrar os instrumentos científicos, todos protegidos por um guarda-sol do tamanho de uma quadra de tênis que mantém o telescópio em temperatura ideal.
O Webb é incomparável em tamanho e complexidade. Seu espelho mede 6,5 metros de diâmetro – três vezes o tamanho do espelho do Hubble – e é feito de 18 seções hexagonais.
Seu objetivo é dar aos cientistas e ao mundo um vislumbre dos primeiros dias do universo de 13,7 bilhões de anos, além de aumentar o zoom em objetos cósmicos mais próximos, até mesmo o Sistema Solar, com foco mais nítido. O Hubble, por exemplo, conseguiu voltar no tempo em 13,4 bilhões de anos.
O James Webb é resultado de uma colaboração entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial do Canadá (CSA).
ek (AFP, Efe, AP, ots)