12/07/2022 - 9:06
A costa sul do Chile parece ser um refúgio seguro para as florestas de algas gigantes (Macrocystis pyrifera). Com talos de até 60 metros de comprimento, essas algas formam verdadeiras florestas submersas em águas costeiras dos oceanos Pacífico e Atlântico de regiões com clima subtropical, temperado e subantártico.
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No mundo todo, essas florestas vêm encolhendo, com exceção do Chile. Próximo à Patagônia chilena, no entanto, elas se mantêm estáveis há ao menos um século, segundo a geógrafa marinha chilena Alejandra Mora-Soto, que faz um estágio de pós-doutorado na Universidade de Victoria, no Canadá. Em um trabalho anterior, ela comparou imagens de satélite da distribuição dessas algas com cartas náuticas antigas, inclusive do período em que Charles Darwin esteve na região, e constatou que quase não houve mudanças.
Agora, Mora-Soto e colaboradores atribuem a sobrevivência dessas florestas à ausência de ondas marinhas de calor na região. O grupo analisou a temperatura do oceano em 1.300 quilômetros da costa chilena entre 1982 e 2020 e verificou que as florestas de algas não enfrentaram ondas marinhas de calor depois de 1984. Na realidade, elas até experimentaram mais correntes frias de 2014 a 2019 – possivelmente por causa do degelo na região (Journal of Geophysical Research – Oceans, 2 de junho).
* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.