17/09/2022 - 13:27
O número de pessoas que enfrenta fome aguda mais do que dobrou nos pontos críticos de mudanças climáticas do mundo, de acordo com um relatório da ONG Oxfam divulgado nesta sexta-feira (16/09).
Segundo o documento, a fome extrema aumentou 123% nos últimos seis anos no Afeganistão, em Burkina Faso, no Djibuti, na Guatemala, no Haiti, no Quênia, em Madagascar, no Níger, na Somália e no Zimbábue – os 10 países com o maior número de pedidos de ajuda das Nações Unidas impulsionados por eventos climáticos extremos.
Nesses países, estima-se que 48 milhões de pessoas sofram de fome aguda – definida como a falta de alimentos que ameaça imediatamente a vida ou os meios de subsistência de uma pessoa. Em 2018, esse número era de 21 milhões de pessoas.
“A mudança climática não é mais uma bomba-relógio: está explodindo diante de nossos olhos”, disse a chefe internacional da Oxfam, Gabriela Bucher.
“Está tornando climas extremos, como secas, ciclones e inundações – que aumentaram cinco vezes nos últimos 50 anos – mais frequentes e mais mortais”, destacou.
Apelo por ação internacional
A Oxfam disse que a fome provocada pelo clima é uma “demonstração gritante da desigualdade global”, pois os países menos poluentes são os mais afetados por secas, inundações e outros eventos climáticos extremos.
Para Bucher, os países ocidentais deveriam perdoar a dívida dos países afetados para liberar recursos. Além disso, segundo ela, os países mais ricos também deveriam ajudar a combater a fome .
“Eles devem pagar por medidas de adaptação e perdas e danos em países de baixa renda, bem como injetar imediatamente fundos que salvem vidas para atender ao apelo da ONU”, disse Bucher.
O apelo humanitário da ONU para 2022 chega a 49 bilhões de dólares, o que a Oxfam observou ser equivalente a menos de 18 dias de lucro para as empresas de combustíveis fósseis, ao analisar os lucros diários médios nos últimos 50 anos.
le (AFP, DPA)