28/09/2022 - 11:25
Nossa casa cósmica, a Via Láctea, contém entre 100 e 400 bilhões de estrelas. Os astrônomos acreditam que a galáxia nasceu há 13,6 bilhões de anos, emergindo de uma nuvem rodopiante de gás composta de hidrogênio e hélio. Ao longo de bilhões de anos, o gás foi coletado em um disco giratório onde as estrelas, como o nosso Sol, foram formadas.
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Em um novo estudo, publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, uma equipe de pesquisa internacional liderada pela Universidade de Lund (Suécia) apresenta suas descobertas sobre as estrelas nas regiões externas do disco galáctico.
“Podemos ver que essas estrelas oscilam e se movem para cima e para baixo em velocidades diferentes. Quando a galáxia anã Sagitário passou pela Via Láctea, criou movimentos ondulatórios em nossa galáxia, um pouco como quando uma pedra é lançada em um lago”, explicou Paul McMillan, pesquisador de astronomia do Observatório de Lund que liderou o estudo.
Sismologia galáctica
Usando dados do telescópio espacial europeu Gaia, a equipe conseguiu estudar uma área muito maior do disco da Via Láctea do que era possível anteriormente. Ao medirem a força das ondulações em diferentes partes do disco, os pesquisadores começaram a montar um quebra-cabeça complexo, fornecendo pistas sobre a história e a órbita de Sagitário em torno de nossa galáxia.
“No momento, Sagitário está sendo lentamente dilacerada, mas há 1-2 bilhões de anos era significativamente maior, com provavelmente cerca de 20% da massa do disco da Via Láctea”, disse McMillan.
Os pesquisadores ficaram surpresos com o quanto da Via Láctea eles puderam estudar usando os dados do Gaia. Até o momento, o telescópio, que está em operação desde 2013, mediu o movimento no céu de aproximadamente 2 bilhões de estrelas e o movimento – em direção ou para longe de nós – de 33 milhões delas.
“Com esta nova descoberta, podemos estudar a Via Láctea da mesma forma que os geólogos tiram conclusões sobre a estrutura da Terra a partir das ondas sísmicas que a percorrem. Esse tipo de ‘sismologia galáctica’ nos ensinará muito sobre nossa galáxia e sua evolução”, concluiu McMillan.