10/10/2022 - 8:16
O Prêmio Nobel de Economia de 2022 vai para os americanos Ben Bernanke, Douglas Diamond e Philip Dybvig, anunciou nesta segunda-feira (10/10) a Real Academia Sueca das Ciências, em Estocolmo. Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, e os outros dois economistas recebem o prestigioso prêmio “por suas pesquisas sobre bancos e crises financeiras”, como disse o secretário da Academia, Hans Ellegren, ao anunciar os premiados no campus universitário da capital sueca. Com isso, todos os laureados com o Nobel para este ano foram anunciados.
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Bernanke em particular “analisou a Grande Depressão dos anos 30, a pior crise econômica da história moderna”, e mostrou como os bancos foram “um fator decisivo para que a crise se tornasse tão profunda e prolongada”.
“Quando os bancos sucumbiram, informações valiosas sobre os mutuários foram perdidas e não puderam ser rapidamente recriadas. A capacidade da sociedade de canalizar a poupança para o investimento produtivo foi assim fortemente diminuída”, comentou a academia sobre a pesquisa de Bernanke.
Além disso, sua análise mostrou quais fatores foram importantes na queda do Produto Interno Bruto e descobriu que “fatores diretamente relacionados aos bancos falidos foram responsáveis pela maior parte da recessão” que se seguiu.
Solução para a vulnerabilidade bancária
Diamond e Dybvig receberam o prêmio porque “desenvolveram modelos teóricos que explicam por que os bancos existem, como seu papel na sociedade os torna vulneráveis aos rumores de seu iminente colapso e como a sociedade pode diminuir essa vulnerabilidade”.
Ambos apresentaram uma solução para a vulnerabilidade bancária, sob a forma de seguro de depósitos do governo. “Quando os depositantes sabem que o Estado garante seu dinheiro, eles não precisam mais correr para o banco assim que começarem os rumores de uma falência do banco.
Por outro lado, disse a Academia sueca, Diamond também mostrou “como os bancos desempenham um papel socialmente importante”. Como intermediários entre aforradores e mutuários, os bancos são mais capazes de avaliar a solvência dos mutuários e garantir que os empréstimos sejam utilizados para bons investimentos.
Economia não é Nobel clássico
O prêmio Nobel de Economia é formalmente conhecido como Prêmio Sveriges Riksbank de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel e, assim como os Nobeis clássicos, é dotado de 10 milhões de coroas suecas (R$ 4,6 milhões).
Diferentemente dos outros prêmios, concedidos pela primeira vez em 1901 em cumprimento do testamento do inventor e filantropo sueco Alfred Nobel, o Nobel de Economia foi criado na década de 1960 pelo Banco Central da Suécia, o Sveriges Riksbank, para marcar seu tricentenário. Hoje é amplamente considerado um dos prêmios Nobel.
O Prêmio Nobel nas áreas de literatura, ciências e da paz é concedido desde 1901. O prêmio de economia foi entregue pela primeira vez em 1969. Ele é entregue junto com os demais no dia 10 de dezembro, data da morte de Alfred Nobel.
rw/as (dpa, efe)