23/11/2022 - 18:38
A Agência Espacial Europeia (ESA) entrou para a história nesta quarta-feira (23/11), ao cumprir uma antiga promessa e selecionar o primeiro astronauta com deficiência física para treinamentos visando possíveis viagens espaciais.
O britânico John McFall, de 41 anos, um ex-atleta paralímpico que perdeu a perna em um acidente de motocicleta quando tinha 19 anos, considerou o fato de ter sido selecionado como “um ponto de inflexão e um marco na história”.
“A ESA assumiu um compromisso de enviar um astronauta com deficiência física para o espaço. É a primeira vez que uma agência espacial se aventura em um projeto como esse, e envia uma mensagem muito, muito forte para a humanidade”, disse McFall.
O primeiro “parastronauta” foi selecionado como parte de um grupo de três homens e duas mulheres que iniciarão um treinamento básico de 12 meses no Centro Europeu de Astronautas da ESA em meados do ano que vem.
McFall seguirá um caminho diferente de seus colegas astronautas, ao participar de um estudo inédito para avaliar se a deficiência física pode prejudicar as viagens espaciais.
O estudo de exequibilidade, que deve durar de dois a três anos, examinará os obstáculos básicos para um parastronauta, incluindo de que maneira uma deficiência física pode impactar no treinamento de uma missão, além de possíveis adaptações nos trajes e nas naves espaciais.
“Perdi minha perna há mais de vinte anos. Tive a oportunidade de ser uma atleta paralímpico e explorei a mim mesmo emocionalmente. Todos esses fatores e dificuldades da vida me deram confiança e força; a capacidade de acreditar em mim mesmo e que posso fazer qualquer coisa à qual me dedique”, explicou o “parastronauta”.
Poucas mulheres nas missões da ESA
Entre os selecionados também estão a francesa Sophie Adenot e a britânica Rosemary Coogan. A ESA tenta melhorar a baixa representatividade das mulheres nas viagens espaciais promovidas pela agência.
Mas, apesar de a campanha de recrutamento da ESA reafirmar a intenção de “representar todas as partes de nossa sociedade”, os selecionados eram, sem exceções, pessoas de pele branca.
rc (AP, AFP, Reuters)