23/12/2022 - 5:26
A questão do Natal é parecida com o mistério da concepção da Virgem Maria. Ninguém sabe ao certo como aconteceu. Nos primeiros séculos da nossa era, havia na Palestina até mesmo cristãos que comemoravam o nascimento de Jesus em maio. Tradição, aliás, que muitos alemães até pensam não ser uma má ideia, considerando o estresse de fazer as suas últimas compras de Natal enfrentando o frio e ruas abarrotadas de neve no inverno europeu.
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Natal invernal desde século 4
A tradição de se festejar o Natal em dezembro foi estabelecida no século 4. Em 336, o 25 de dezembro é mencionado oficialmente pela primeira vez como o aniversário de Jesus. Mas o motivo dessa escolha é discutido pelos estudiosos até hoje. Alguns dizem que a data decisiva para o cálculo foi o 25 de março, quando dia e noite têm duração igual.
A data já tinha significado importante na era pré-cristã, e os cristãos tomaram posse dela, como o dia em que um anjo anunciou a Maria que ela teria um filho. Nove meses depois, e estamos no dia 25 de dezembro.
Mas que ninguém pergunte como se sabia que o anjo apareceu exatamente no dia 25 de março, ou por que uma concepção divina deve necessariamente durar nove meses.
Cristãos reciclaram costumes de outros povos
A teoria mais difundida sobre o Natal no fim do ano evoca a “Festa do Sol Vitorioso”, que os povos germânicos comemoravam no dia 21 de dezembro com muitas luzes. Eles temiam que o mundo saísse dos eixos, devido à longa escuridão e, com tochas e velas, garantiam que isso não fosse acontecer, durante a noite mais longa do ano.
Consta que os espertos cristãos se apoderaram desse simbolismo de luzes e colocaram o nascimento do Messias, seu redentor, simplesmente na mesma data, dando um novo significado às festividades germânicas. Afinal, no Antigo Testamento o Salvador é, de fato, designado como a luz que virá ao mundo.
E como essa apropriação funcionou tão bem, os cristãos decidiram ao longo dos séculos também ir se apoderando de vários outros costumes pagãos. Um exemplo é a sempre verde árvore de Natal, símbolo da fidelidade e da esperança, enfeitada com luzes como sinal dos planos de Deus para salvar a humanidade.
Na Alemanha, assim como no Brasil, é na véspera de Natal que se presenteiam parentes e amigos, com a diferença de que os alemães não costumam esperar até a meia-noite. Porém, os feriados são em 25 de dezembro, quando, em muitos países, também acontece a troca de presentes, e no dia 26.