As aranhas surgiram na Terra há centenas de milhões de anos, mas, por causa do corpo frágil, deixaram poucos registros fósseis – a maior parte deles preservada em âmbar. Na América do Sul, eles são muito raros e de períodos geológicos restritos. Em geral, datam do Cretáceo inferior, entre 145 milhões e 100 milhões de anos atrás, ou do Pleistoceno, últimos 2 milhões de anos.

Em um trabalho recém-publicado, pesquisadores do Paraná e de São Paulo descrevem um fóssil de aranha bastante incomum e de um período intermediário: o Paleógeno, entre 65 milhões e 23 milhões de anos atrás. Encontrado nos anos 1990 em Tremembé, interior de São Paulo, o fóssil está preservado em uma rocha sedimentar da formação Taubaté e integra a coleção de paleontologia da Universitas/Universidade de Guarulhos (UnG).

Analisando o material, o paleontólogo Ariel Martine, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), e colaboradores o descreveram como sendo de uma nova espécie de aranha: Taubaracna maculosa, a aranha malhada de Taubaté. Ela tinha manchas escuras nas articulações e o primeiro par de patas extremamente longo, quatro vezes maior que o corpo, de apenas 5 milímetros (Journal of South American Earth Sciences, janeiro de 2023).

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.