Agroglifo, um grande desenho geométrico, foi visto com mistério entre moradores, ufólogos e estudiosos, na manhã do último dia 3, em uma plantação próxima ao centro da cidade de Ipuaçu, em Santa Catarina.

O surgimento desses misteriosos círculos em plantações, especialmente de trigo, geram curiosidade nos moradores e visitantes há décadas, sempre entre os meses de outubro e novembro. O fenômeno atrai pesquisadores e turistas.

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Ipuaçu ficou conhecida como capital nacional dos agroglifos. Toda essa história vem desde 2008 quando círculos foram encontrados em plantações de trigo. E daí em diante todo o ano Ipuaçu recebe “visitas estranhas”.

O turismo do município aproveita o acontecido para atrair visitantes. Os grandes desenhos colocam a cidade entre os principais destaque dentro e fora do Brasil e fazem parte da identidade e da história local.

Segundo o portal online da prefeitura de Ipuaçu, na pequena comunidade de Toldo Velho surgiram os primeiros círculos com 19 metros de diâmetro localizados há 25 metros do asfalto no dia 09 de novembro de 2008. Desse dia em diante já se falava que objetos voadores não identificados teriam passado pela região.

“Verdadeiro ou não, o fato é que os agroglifos já se tornaram uma tradição em Ipuaçu, fazendo parte da identidade e da história local”, afirmou a prefeitura em publicação nas redes sociais.

Como surge um agroglifo

Na ciência, é difícil encontrar alguém para endossar a tese de artistas vindos do espaço, com preferência por áreas rurais. Há notícia de desenhos enigmáticos em plantações desde a Idade Média. Os agroglifos ficaram famosos nos anos 1980, no Reino Unido. Feitas a partir do achatamento da vegetação, as imagens motivaram teorias.

Até que, em 1991, dois artistas reivindicaram a autoria dos desenhos. A um jornal britânico, os amigos Doug Bower e Dave Chorley revelaram ter feito mais de 200 deles na última década, usando tábuas e pedaços de cordas.

Um ano depois, foi organizado um concurso de círculos nas colheitas (do inglês crop circles), outro nome dado aos agroglifos. Entre os participantes estavam alunos de uma escola local e uma dupla de mulheres acompanhada de um cão, treinado para puxar tábuas.

Os resultados mostraram que os humanos eram capazes de reproduzir o design proposto. Segundo Adolfo Stotz Neto, astrônomo e presidente do Grupo de Estudos de Astronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a técnica usada pela dupla segue sendo empregada para a criação dos recortes nas plantações.

As tábuas eram usadas para amassar a plantação. Já as cordas garantem a estética, por meio de movimentos precisos.

* Com informações de Estadão Conteúdo