23/10/2025 - 9:34
ROMA, 23 OUT (ANSA) – Em um movimento estratégico para consolidar a autonomia e a competitividade da Europa, as gigantes Airbus, Leonardo e Thales anunciaram nesta quinta-feira (23) a assinatura de um memorando de entendimento para unificar suas atividades espaciais.
A iniciativa tem como objetivo criar um player globalmente competitivo para enfrentar a concorrência de empresas como as americanas Starlink, de Elon Musk, e Project Kuiper, da Amazon, que espalharam satélites na órbita baixa da Terra para fornecer internet de alta velocidade e outros serviços.
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A nova companhia, cuja criação ainda está sujeita à aprovação de órgãos reguladores, deve começar a operar em 2027 para fortalecer a posição da Europa em áreas como telecomunicações, navegação, observação da Terra, pesquisa científica e segurança.
A pan-europeia Airbus entrará no negócio com as atividades de sistemas espaciais e espaço digital, provenientes da divisão Airbus Defence e Space; já a italiana Leonardo contribuirá com sua divisão espacial, incluindo as participações na empresa de satélites Thales Alenia Space e na companhia de serviços de sistemas espaciais Telespazio, ambas joint ventures com a francesa Thales, que, além dessas duas operações, também integrará à fusão a fabricante de sistemas ópticos Thales Seso.
A fusão dará origem a uma empresa com aproximadamente 25 mil funcionários em toda a Europa, com equipes distribuídas principalmente em Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido, e faturamento anual de cerca de 6,5 bilhões de euros (R$ 40 bilhões). A sede da joint venture será em Toulouse, no sul da França.
A Airbus terá 35% da operação, a Leonardo, 32,5%, e a Thales, 32,5%. “Este é um passo fundamental para o desenvolvimento da indústria espacial europeia. Estamos construindo uma presença europeia mais sólida e competitiva em um mercado espacial global cada vez mais dinâmico”, afirmaram os CEOs Guillaume Faury (Airbus), Roberto Cingolani (Leonardo) e Patrice Caine (Thales) em uma nota conjunta.
“A parceria está alinhada com as ambições dos governos europeus de fortalecer seus recursos industriais e tecnológicos, garantindo a autonomia da Europa no setor espacial”, acrescentaram os executivos.
A iniciativa também foi recebida com entusiasmo pelo governo francês, que a classificou como “excelente notícia” para a soberania europeia. (ANSA).