29/12/2021 - 9:21
O estado americano do Alasca, conhecido por suas geleiras e frio intenso, registrou a mais alta temperatura da história para o mês de dezembro no último domingo (26/12), de 19,4°C.
O recorde foi registrado na ilha de Kodiak, informou o Centro de Avaliação e Política Climática do Alasca. Ao anunciar o recorde de quase 20°C, o cientista Rick Thoman classificou a marca de absurda.
Em um início de inverno atípico, as temperaturas passaram mais de uma vez de 15°C durante o dia. Termômetros marcaram 16,6°C na comunidade de Cold Bay, na Península do Alasca, por exemplo.
Também foram registrados 13,3°C na cidade de Unalaska, no mais quente dia de Natal no Alasca da história.
Chuvas torrenciais
Além disso, o mês foi atipicamente marcado por chuvas torrenciais. No interior do Alasca, a região de Fairbanks foi atingida pela pior tempestade no período desde 1937. Normalmente, dezembro é um mês seco no interior do estado porque o ar gelado não consegue reter muita umidade.
Fortes nevascas seguidas por chuvas torrenciais resultaram em comunidades cobertas de gelo, o que levou à interrupção do fornecimento de energia elétrica e ao fechamento de estradas. O fenômeno foi apelidado de Icemageddon.
O Departamento de Transporte do Alasca advertiu que as estradas permanecerão perigosas por muito tempo por causa da camada de gelo que se formou.
Mudanças climáticas
A ocorrência de clima quente e úmido no inverno se tornou mais frequente no Alasca nas últimas duas décadas, um sinal das mudanças climáticas, afirma Thoman. “Isso é exatamente o que esperamos em um mundo em aquecimento.”
Algo semelhante vem ocorrendo em outros lugares do extremo norte. Um estudo publicado no mês passado na revista Nature Communications projetou um clima ártico com mais chuvas de inverno do que neve a partir de 2060 ou 2070.
Neste inverno, o Alasca ainda terá bastante frio – a previsão é que as temperaturas em Fairbanks cheguem a cair para cerca de -30°C no próximo fim de semana –, mas espera-se que episódios quentes e úmidos sejam mais frequentes no futuro, diz Thoman.
lf (Reuters)