16/10/2025 - 15:14
Microsoft aponta que, globalmente, o país fica atrás somente de EUA, Reino Unido e Israel. No primeiro semestre deste ano, 11% de todos os ataques a usuários europeus ocorreram em território alemão.Nenhum outro país da União Europeia (UE) sofreu mais ataques cibernéticos do que a Alemanha no primeiro semestre de 2025, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (16/10) pela empresa americana de tecnologia Microsoft.
O Relatório de Defesa Digital 2025 (Digital Defence Report 2025) revelou que 3,3% de todas as ações criminosas globais de hackers foram direcionadas a alvos alemães neste período.
Em termos mundiais, a Alemanha aparece em quarto lugar no ranking, atrás apenas dos Estados Unidos, que são responsáveis por quase um em cada quatro ataques (24,8%), o Reino Unido, com 5,8%, e Israel, com 3,5%.
Segundo a Microsoft, a maioria das investidas cibernéticas ocorrem por meio de ransomwares (52%), um software malicioso usado para sequestrar dados com o objetivo de extorquir dinheiro de pessoas e empresas. Somente 4% das ações criminosas envolvem casos de espionagem.
“Ameaças provenientes de agentes estatais continuam sendo um perigo sério e persistente. No entanto, a maioria dos ataques diretos enfrentados pelas organizações, atualmente, são perpetrados por criminosos comuns que buscam obter lucro”, afirmou um porta-voz da empresa.
Infraestruturas críticas, a exemplo de hospitais e administrações municipais, são outros alvos preferenciais de ataques cibernéticos, aponta o relatório. Essas instituições públicas muitas vezes utilizam softwares desatualizados e têm capacidade limitada para responder às investidas.
Se os sistemas de um hospital forem criptografados por ransomware, por exemplo, é preciso agir rápido, porque o ataque pode levar pacientes ao risco. “Em algumas circunstâncias, não há outra escolha a não ser pagar [a quantia exigida pelos criminosos]”, diz o relatório.
Além disso, hackers tentam vender dados confidenciais de instituições públicas em mercados ilegais online.
Ameaças vêm de diferentes países
De acordo com o relatório, as maiores ameaças cibernéticas são provenientes de hackers de quatro países: Rússia, China, Coreia do Norte e Irã.
Segundo o relatório, hackers russos miram alvos ucranianos e Estados-membros da Otan. Já hackers da Coreia do Norte e do Irã concentram sua ação no uso de ransomwares para extorquir dinheiro.
A empresa também vê risco na atuação de especialistas em TI norte-coreanos no Ocidente.
“Esse exército crescente de funcionários transfere centenas de milhões de dólares para a Coreia do Norte todos os anos. Quando descobertos, alguns desses trabalhadores recorrem à extorsão, que é outro método de arrecadar dinheiro para o regime”, aponta o estudo.
Ataques que partem da China por sua vez, se concentram em roubo de dados confidenciais por meio de espionagem, com o objetivo de obter vantagens competitivas, argumenta a Microsoft. Nesse conceito, a Alemanha é o nono país mais atacado do mundo.
O governo do Irã também é citado no relatório como uma organização que ampliou suas atividades de espionagem. Entre outros setores, o transporte comercial marítimo teria sido alvo de ataques cibernéticos iranianos.
99% dos ataques podem ser evitados
Em ataques clássicos, os hackers tentam obter acesso às contas dos usuários, utilizando principalmente e-mails de phishing para induzir as vítimas a inserir seus dados de acesso em um sistema falso.
Os especialistas da Microsoft apontam que quase a totalidade desses ataques podem ser evitados com a autenticação multifatorial, em que usuários devem fornecer uma segunda forma de confirmação de identidade, além de sua senha, como um e-mail ou o telefone celular.
A autenticação pode ser feita, por exemplo, por meio de mensagem de texto, aplicativo no celular, impressão digital ou reconhecimento facial. O chamado “segundo fator” protege o acesso à conta, mesmo que os hackers tenham identificado a senha.
gb (dpa, ots)