13/02/2025 - 16:42
Fabricante alemã de carros esportivos deve reduzir a equipe em 1,9 mil pessoas, entre demissões e aposentadorias. Anúncio ocorre em meio a crise no setor automobilístico do país.A fabricante alemã de carros esportivos Porsche informou nesta quinta-feira (13/02) que planeja cortar cerca de 1,9 mil empregos em duas fábricas na Alemanha até 2029.
Os cortes se somam ao encerramento de outros cerca de 2 mil contratos temporários, já planejados desde o ano passado. Nesses casos, a permanência do funcionário na empresa não será prorrogada ao final do período.
Ao todo, a equipe da empresa sediada em Stuttgart deve reduzir em cerca de 15%.
Como a Porsche está planejando a redução de pessoal?
A empresa informou que sua fábrica principal em Stuttgart, e uma unidade secundária em Weissach serão afetadas.
Os cortes devem ser concluídos até 2029, disseram o gerente de recursos humanos da empresa, Andreas Haffner, e o presidente do conselho de trabalhadores, Harald Buck, ao jornal alemão Stuttgarter Nachrichten.
Parte da redução da equipe acontecerá em um esquema de aposentadoria em tempo parcial para funcionários nascidos até 1970, além da restrição na contratação de novos empregados e a entrada esperada de profissionais na aposentadoria completa.
Os profissionais terão emprego garantido até 2030, disse a montadora. Até lá, demissões por motivos operacionais não devem ocorrer, mas a empresa vai abrir planos de demissão voluntária – quando o empregado aceita deixar o cargo em troca de alguns benefícios.
Por que a Porsche está cortando o número de funcionários?
A crise na Porsche faz parte de uma retração generalizada no setor automobilístico europeu.
Além da Volkswagen, que planeja fechar fábricas e demitir funcionários, Fiat e Renault também produzem mais carros na Europa do que têm conseguido vender.
A Porsche afirmou que a medida é resultado das difíceis condições econômicas do país.
“Ainda estamos em uma posição comparativamente boa”, disse Haffner. “Mas temos uma série de desafios a superar. Por exemplo, o atraso no aumento da eletromobilidade ou as condições geopolíticas e econômicas desafiadoras.”
Como a DW mostrou, a concorrência com montadoras estrangeiras que produzem veículos elétricos e o despreparo das montadoras europeias para entrar nesse mercado impulsionaram a retração do setor. Os altos preços de energia na Europa, inflados pela guerra na Ucrânia, também agravam a crise na indústria.
Segundo uma pesquisa da Bloomberg Intelligence, uma em cada três fábricas de empresas como BMW, Mercedes, Stellantis, Renault e Volkswagen não opera em capacidade total. Em algumas unidades, nem mesmo a metade dos veículos que poderiam sair das linhas de produção estão sendo fabricados.
gq/ra (DW, AFP, Reuters)