31/07/2025 - 13:46
Um estudo inovador, que utiliza inteligência artificial para analisar os sons das baleias cachalote, revelou que a comunicação desses mamíferos marinhos é muito mais complexa do que se imaginava, podendo se assemelhar a um alfabeto fonético. A descoberta abre caminho para uma futura compreensão da “linguagem” dos gigantes do mar.
O que é: Pesquisadores usaram IA para analisar milhares de vocalizações de baleias cachalote.
A descoberta: A comunicação dos animais não é aleatória e possui uma estrutura complexa, comparável a um alfabeto fonético.
Como funciona: Foram identificados elementos como ritmo, andamento e ornamentação nos sons, chamados de “codas”, que variam de forma sistemática.
Próximo passo: O desafio agora é associar essas “frases” complexas aos comportamentos das baleias para decifrar seus significados.
+ Alteração em quatro genes pode explicar gigantismo das baleias
+ Baleias evoluíram em três fases rápidas, revela estudo
A pesquisa, conduzida por uma equipe de cientistas do MIT e outras instituições, analisou sequências de cliques emitidas por grupos de baleias cachalote no Caribe. Esses cliques, conhecidos como “codas”, eram tidos como sons simples, mas a análise computacional revelou um sistema combinatório sofisticado.
De acordo com o estudo, as baleias não apenas variam o número de cliques, mas também manipulam o ritmo, o andamento, o “rubato” (uma leve aceleração ou desaceleração do tempo, como na música) e a “ornamentação” (adição de cliques extras). A combinação desses elementos cria um repertório vocal vasto e estruturado, sugerindo que os animais podem estar mantendo conversas com nuances e complexidade.
A existência desse “alfabeto” não significa que os cientistas já saibam o que as baleias estão dizendo. O próximo e mais desafiador passo da pesquisa é contextualizar essas vocalizações. Para isso, os pesquisadores precisarão relacionar as “frases” gravadas com os comportamentos específicos que os animais exibem no momento da comunicação, como caça, socialização ou navegação.
Se essa conexão for estabelecida, a ciência poderá estar um passo mais perto de decifrar o que os cachalotes “falam” entre si, oferecendo uma nova e fascinante janela para a vida de um dos animais mais inteligentes e misteriosos do oceano.