A Amazônia registrou 33.116 focos de queimadas em agosto, o maior número para o mês desde 2010, quando 45.018 focos foram registrados, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (01/09) pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O número de focos de calor medido pelos satélites do Inpe entre e 1º e 31 de agosto é cerca de 25,9% superior à média registada pelo instituto para o mês desde 1998 (26.299).

Nos quatro anos do governo do presidente Jair Bolsonaro, o número de queimadas em agosto superou o patamar de 28 mil, sendo a marca deste ano a mais alta. Os dados deste ano superam inclusive os registros de agosto de 2019 (30.900), quando imagens dos incêndios na Amazônia circularam pelo mundo e geraram forte pressão internacional contra o governo brasileiro.

Apenas no último dia 22, a região teve 3.358 alertas de foco de incêndio, o pior dia de queimadas em 15 anos.

De janeiro a agosto, os focos de incêndio registrados na Amazônia totalizam 46.022, contra 39.424 no mesmo período do ano passado.

Citado pelo portal G1, o programa de monitoramento ambiental Copernicus, da União Europeia, a quantidade alarmante de focos de incêndios na Amazônia afetaram “seriamente” a qualidade do ar na América do Sul.

A temporada de incêndios na Amazônia geralmente compreende o período entre junho e outubro, mais seco, mas a derrubada da floresta antes de queimá-la ocorre ao longo do ano.

Outro levantamento divulgado recentemente mostrou que nos últimos 12 meses, a Amazônia Legal teve o maior índice de desmatamento em 15 anos. Segundo dados do Imazon, de agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 quilômetros quadrados de floresta, o equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo e 3% a mais do que nos 12 meses diretamente anteriores (entre 2020 e 2021).

md/lf (Lusa, AP, ots)