07/06/2021 - 12:05
Quarenta anos após sua descoberta, um antigo amuleto com o nome de Jeová inscrito e destinado a afastar demônios de mulheres e crianças foi entregue à Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla em inglês). Datado do período bizantino (cerca de 1.500 anos atrás), o objeto foi encontrado em Arbel, cerca de duas horas ao norte de Jerusalém. Nessa localidade, perto do Mar da Galileia, havia um antigo assentamento judaico.
O amuleto tem a forma de um triângulo. Um de seus lados apresenta “a figura de um cavaleiro cuja cabeça é cercada por um halo montado em um cavalo”, escreveu a IAA em postagem no Facebook. O cavaleiro é visto jogando uma esfera em uma figura feminina conhecida como Gello. Junto há uma inscrição em grego traduzível como “O Deus que Vence o Mal”.
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Abaixo dessa inscrição, o amuleto tem quatro letras gregas: IAWΘ, representando o nome divino judaico (Yahweh, IHYH).
No lado oposto há um olho perfurado por quatro flechas, junto com leões, uma cobra, escorpião e um pássaro. Na parte superior há outra inscrição grega que diz: “Um Deus”.
Selo de Salomão
“O amuleto faz parte de um grupo de amuletos dos séculos 5 ao 6 d.C. do Levante que provavelmente foram produzidos na Galileia e no Líbano”, disse o arqueólogo dr. Eitan Klein, vice-diretor da Unidade de Prevenção de Roubo de Antiguidades da IAA, na postagem. “O fato de ter sido encontrado no local de um assentamento judaico que continha uma sinagoga nos séculos 5 e 6 d.C. sugere que os judeus também carregavam amuletos na época.”
Klein prosseguiu: “Esse grupo de amuletos às vezes é chamado de ‘Selo de Salomão’ e o cavaleiro é retratado vencendo o espírito maligno – neste caso, uma mulher identificada com a figura mitológica Gello/Gyllou, que ameaça mulheres e crianças e é associada ao mau-olhado. O olho no reverso é identificável como o mau-olhado, sendo atacado e vencido por vários meios. O amuleto, portanto, provavelmente foi usado para proteger contra o mau-olhado, possivelmente para proteger mulheres e crianças”.