05/09/2025 - 14:40
Pesquisadores apontaram que fragmentos de rocha do asteroide Ryugu — trazidos à Terra em 2020 pela missão espacial Hayabusa2, da Jaxa, agência espacial japonesa — carregam um mineral que não existe no nosso planeta. Os cientistas fizeram uma análise do material com raios X que foi publicada em 2024 no periódico “Geosciences”. As informações são do portal “ScienceAlert”.
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Apenas 5,4 gramas do material foram trazidos ao nosso planeta pela Hayabusa2 e, destes, apenas 9,3 miligramas foram analisados pela equipe de pesquisa de Paul Northrup, geocientista da Universidade Stony Brook, em Nova York (EUA).
De acordo com Northrup, o uso de duas técnicas de raios X para observar os fragmentos não danifica a química do exterior e do interior das rochas.
“Isso é importante para preservar amostras tão raras e únicas, especialmente quando centenas de pesquisadores estão competindo pelo acesso a tão pouco material”, considerou o geocientista.
A análise apontou a presença de uma variedade de minerais e compostos, como selênio, manganês, ferro, enxofre, fósforo, silício e cálcio.
Em especial, o fósforo foi encontrado de duas maneiras, na forma mineral, como está presente em nossos dentes e ossos, e como um fosfeto que não existe na Terra.
Apesar da pesquisa de Northrup não se aprofundar na natureza desse material, outros estudos de 2024 apontaram para o Hamp (hidratado de fosfato de amônio e magnésio), um mineral cristalino que se assemelha à estruvita — ligada à formação biológica e componente de cálculos renais.
“A descoberta de grãos de Hamp nas amostras de Ryugu continua a destacar o papel potencial da matéria extraterrestre na origem da vida na Terra”, afirmou o astrobiólogo Matthew Pasek à “Nature Astronomy” no ano passado.
Os registros geoquímicos do início do Sistema Solar na Terra foram apagados com o tempo. O estudo do Ryugu, que é um asteroide antigo, relativamente intocado e não contaminado, permite a análise das reações químicas do início do sistema solar.