Pesquisadores do Centro de Voos Espaciais Goddard, da Nasa, agência espacial americana, produziram uma visualização de como seria cair em um buraco negro com a massa 4,3 milhões de vezes maior que a do Sol. As imagens, geradas por um computador, foram publicadas no perfil oficial da entidade no X (antigo Twitter) durante esta segunda-feira, 6.

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Confira o vídeo:

Nas imagens, é possível ver o ponto de vista de uma câmera que se aproxima do buraco negro, atravessando o disco de acreção e a esfera de fótons, áreas luminosas do corpo celeste, e entrando no horizonte de eventos, o ponto de não retorno em que nem a luz consegue escapar. Alguns instantes depois, a câmera é “destruída”, ao atingir a singularidade – ponto em que as leis da física como conhecemos param de operar.

Em tempo real, tudo isso leva cerca de três horas e a câmera realiza duas órbitas de 30 minutos ao redor do buraco negro. Entretanto, se alguém estivesse observando tal movimento de fora, o objeto estaria quase estático, devido a distorção do espaço tempo gerada pelo horizonte de eventos.

Após entrar no buraco negro, a espaguetificação, processo em que objetos são comprimidos e esticados devido a uma intensa força gravitacional, a câmera seria destruída em apenas 12,8 segundos.

“As pessoas costumam me perguntar sobre isso, e simular esses cenários difíceis de imaginar me ajuda a conectar as matemáticas da relatividade as atuais consequências do universo real”, declarou o astrofísico do Centro de Voos Espaciais Goddard, Jeremy Schnittman, que produziu a visualização.

Para conseguirem realizar a simulação, os pesquisadores utilizaram o supercomputador Discover, que levou cinco dias para emitir a visualização e gerou uma quantidade de dados que atingiu os 10 terabytes, utilizando apenas 0,3% da capacidade operacional da máquina. Em um notebook típico, o processo levaria cerca de uma década.