08/08/2019 - 17:00
Logo depois do acidente nuclear de Chernobyl, ocorrido em abril de 1986 na Ucrânia, e da explosão de material radioativo resultante, cerca de 600 mil trabalhadores construíram uma proteção ao redor do reator 4.
Conhecida como “sarcófago”, a cobertura foi feita para bloquear a dispersão de materiais radioativos como urânio e plutônio. A estrutura foi pensada para ser robusta e durável, construída a partir de 400 mil metros cúbicos de concreto e sete mil toneladas de aço. Mas, por ter sido realizada às pressas, a proteção tem falhas. Por exemplo, aberturas no teto permitiram a entrada de água, que causou corrosão ao longo destas pouco mais de três décadas.
Em novembro de 2016, foi completada uma nova cobertura, chamada de “arca de confinamento”, que foi instalada por cima do sarcófago antigo. A nova estrutura, que demorou anos para ser construída, mede 162 metros e tem uma altura de 108 metros, mais alta do que a Estátua da Liberdade. Ela foi construída para durar pelo menos 100 anos.
Porém, o antigo sarcófago não foi desmontado até o momento. Agora, um comunicado da empresa que administra a antiga usina informa que inspeções apontam que a probabilidade de a estrutura antiga entrar em colapso é alta, e que ela deve ser desmantelada de forma segura antes que isso aconteça.
“As estruturas da proteção construída há mais de 30 anos estão suportadas de forma simples e estão mantidas apenas pela força da gravidade”, diz o comunicado. Estas condições, somadas ao processo de corrosão, tornam o trabalho muito complicado.
“Para completar a desconstrução é preciso desmontar a estrutura e, simultaneamente, reforçá-la, já que a remoção de cada elemento aumentará o risco de colapso, o que, por sua vez, pode causar a liberação de grandes quantidades de materiais radioativos dentro do espaço na nova arca de confinamento”, afirma o documento.
O processo de desmanche do antigo sarcófago deve ser concluído até 2023.