23/08/2024 - 16:22
Um estudo publicado na Current Biology na segunda-feira, 19, indicou que algumas aranhas de Wuhan, na China, utilizam o brilho de vaga-lumes no intuito de atrair mais presas da mesma espécie para a sua teia. De acordo com os pesquisadores, o fato ocorre porque há uma diferença na emissão de luz por parte dos machos e fêmeas entre os insetos da espécie Abscondita terminalis.
A distinção é utilizada pelos insetos para atrair parceiros e, por isso, os espécimes machos utilizam padrão duplo e rápido com duas lanternas posicionadas no abdômen, e as fêmeas emitem luz de um único ponto. Biólogos perceberam que os machos mudam a maneira de piscar quando capturados e, por consequência, acabam atraindo outros que acreditam estar indo em direção a uma fêmea.
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A pesquisa se iniciou com Xinhua Fu, da Universidade Agrícola de Huazhong, na China, que percebeu um fenômeno com os vaga-lumes de Wuhan ao identificar inúmeras teias de aranha da espécie Araneus ventricosus com apenas insetos machos da espécie Abscondita terminalis.
Posteriormente, Daiqin Li, da Universidade Nacional de Singapura, se juntou ao estudo e, juntos, os dois pesquisadores pesquisaram 161 teias de aranha as dividindo em quatro grupos:
- As que possuíam um vaga-lume macho na orbe de uma aranha
- As que tinham apenas um vaga-lume e não aranha
- As que possuíam ambos, mas a lanterna do vaga-lume estava pintada de preto
- As teias que estavam sozinhas
Ao final, os pesquisadores observaram que teias com um vaga-lume macho preso na orbe de uma aranha capturavam até outras sete presas macho da mesma espécie, enquanto teias sem o aracnídeo obtiveram apenas duas.
Ainda, os cientistas perceberam uma mudança no comportamento das aranhas, já que os animais não devoravam os vaga-lumes de uma vez quando ficavam com a lanterna acesa, o deixando vivo para que continue piscando. Entretanto, os aracnídeos optavam por se alimentar dos que possuíam um ponto de luz pintado de preto.
Apesar de obterem resultados interessantes, mais pesquisas serão necessárias para avaliar o que está acontecendo na dinâmica entre as duas espécies, já que não se sabe ao certo se a aranha manipula a luz dos vaga-lumes propositalmente ou se é seu veneno que paralisa uma das lanternas do inseto.