05/07/2024 - 11:01
O arqueólogo Stephen Compton alega que encontrou uma base militar assíria comandada pelo rei Senaqueribe e foi utilizada para estabelecer um cerco a Jerusalém por volta do ano 701 a.C. O local, conforme trecho da Bíblia, teria sido palco da ação de um anjo que exterminou 185 mil soldados do exército invasor em uma noite. Apesar disso, não há evidências de que fenômenos sobrenaturais tenham ocorrido.
A descoberta foi publicada em junho na revista Near Eastern Archeology. As informações são do Live Science e do Daily Mail.
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O Império Assírio exerceu influência no Oriente Médio de 1365 a.C. até 609 a.C. O rei Senaqueribe invadiu Jerusalém para estabelecer domínio sobre todas as rotas comerciais do deserto sírio que culminavam no Mar Mediterrâneo.
Descoberta da estrutura
Em pesquisas anteriores, especialistas encontraram uma gravura nas paredes do palácio do monarca assírio que relatavam a conquista de Laquis, uma cidade que fica a cerca de 60 quilômetros de Jerusalém, e demonstravam como era a base militar utilizada por Senaqueribe para efetuar o cerco.
Com base em imagens de Laquis que datam de 1910, o arqueólogo Stephen Compton conseguiu comparar a descrição da base militar na gravura do palácio com ruínas ovais que aparecem na distância.
Fotos de Jerusalém também mostram uma estrutura similar que pesquisadores acreditavam ser um campo do exército romano. Entretanto, os romanos construíam bases militares retangulares e não ovais, segundo Compton, o que abriu espaço para crer que a estrutura se tratava de uma feita pela Assíria.
Além disso, fontes do século XIX descrevem o local com o nome “Mudawwara”, nomenclatura associada a campos militares.
O local apontado como a base assíria atualmente é conhecido como “Colina da Munição”, por se tratar de um local em que os britânicos, na década de 1930, depositavam seus equipamentos militares. Posteriormente, em 1948, durante um conflito com Israel, o exército da Jordânia construiu uma rede de trincheiras na área. Em 1967, paraquedistas israelenses tomaram a região e, atualmente, ela é ocupada por um museu e memorial.
A descoberta de Compton permite que pesquisadores encontrem bases militares assírias em outros locais.
Guerra bíblica
No trecho 19:35 de 2 Reis, da Bíblia, é descrito que, durante a noite anterior ao ataque a Jerusalém, um anjo enviado por Deus matou 185 mil assírios. “Levantando-se pela manhã cedo, eis que todos eram cadáveres”, relata a passagem. O fato teria se sucedido após Ezequias orar e pedir por segurança ao senhor.
Apesar disso, outras fontes sugerem que o exército de Senaqueribe foi exterminado por uma peste, enquanto a versão grega aponta que os militares tiveram seus equipamentos, como arcos e escudos, mastigados por ratos que invadiram o acampamento. Os registros assírios reivindicam que Ezequias pagou tributos aos invasores para que eles deixassem a área.