17/02/2025 - 16:06
Um estudo publicado na “Scientific Reports” em 6 de fevereiro apontou que seres humanos que habitaram a Europa no Paleolítico comiam os cérebros dos inimigos derrotados em guerras. Durante a análise, uma equipe de pesquisadores de institutos da França, Polônia e Espanha, examinaram ossos de dez pessoas da cultura Magdaleniana que viveram entre 11 mil e 17 mil anos atrás.
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Ao longo da pesquisa, os autores do estudo identificaram marcas e cortes associados à remoção de tutano nos ossos longos e do cérebro em crânios. Outras análises sugeriram que as marcas nos corpos eram comuns entre os seres humanos da cultura Magdaleniana por conta de ritos funerários e como formas de violência. As informações são da “CNN Science”.
De acordo com Francesc Marginedas, co-autor do estudo e pesquisador do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social, da Universidade Rovira i Virgili, na Espanha, as análises determinaram que o canibalismo demonstrado pelos vestígios nos ossos era um “caso de guerra”.
O pesquisador apontou que não haviam copos cranianos ou “tratamento especial” com os ossos em comparação a outros já encontrados da cultura Magdaleniana. Os corpos analisados pelo estudo foram encontrados na caverna Maszycka, nas proximidades de Cracóvia, na Polônia.
A hipótese de que os membros da cultura Magdaleniana praticavam canibalismo foi sugerida em um estudo da década de 90 que buscava explicar porque os seres humanos que habitaram a região no período abriam crânios. Apesar disso, a falta de marcas de dentes nas ossadas encontradas enfraquecia a ideia.
O estudo recente utilizou microscópios eletrônicos e determinou que 68% dos dez ossos analisados tinham marcas de cortes que foram causados por seres humanos. As ossadas pertenciam a seis adultos e quatro jovens que podem ser parentes, mas a relação entre eles só pode ser confirmada com análises de DNA.
Mesmo com a identificação dos cortes nos ossos, Marginedas ressalta que é difícil afirmar “com 100% de certeza” que as marcas são resultado de canibalismo gerado por guerras pelo fato de os restos mortais pesquisados serem muito antigos. “Identificamos que os ossos dos braços e pernas foram cortados para extrair e consumir tutano”, afirmou.