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Inspirado em mulheres que ousaram ir contra todas as regras machistas e abriram caminho para a liberdade feminina, o fotógrafo paulista Arthur Roessle preparou um ensaio para o Dia Internacional da Mulher neste ano. As modelos desse ensaio são profissionais que trabalham atrás das câmeras no Estúdio MOL.

Algumas delas escolheram ícones que já admiravam, e outras incorporaram personalidades sugeridas por Roessle, como a escritora e ativista Simone de Beauvoir e a cientista Marie Curie. Esses ícones habitam o cotidiano do fotógrafo há tempos, graças à sua companheira e mãe de sua filha, que é ativista feminista e defende doutorado em igualdade de gênero.

Além de ensaios autorais em fotografia, como este, Roessle atua com documentários em vídeos, que se aproximam do estilo jornalístico. “Uso essas oportunidades para manifestar minhas insatisfações e divulgar temas que apoio, mas nem sempre são remunerados.” A principal área de atuação do fotógrafo, entretanto, é na moda, um campo delicado para a imagem feminina. Quando a marca tem uma pegada mais sexual e apelativa, que utiliza a modelo como produto, ele prefere não aceitar o trabalho.

Roessle destaca um contraponto nessa história: as mulheres são muito poderosas. “O mercado da moda é um dos poucos em que a mulher ganha mais do que o homem.” Ele também comemora que, cada vez mais, o profissionalismo dentro do set e nas atitudes dos e das profissionais já domina a área, inibindo o espaço de abusos e assédios contra as modelos.