17/05/2025 - 12:59
Clássico da literatura infantil completa 125 anos. Eis alguns fatos coloridos sobre suas adaptações da cultura pop que incluem corantes comestíveis, Elton John e truques em Technicolor.Em 17 de maio de 1900, o autor americano Lyman Frank Baum publicou um romance infantil que, desde então, tem encantado leitores e espectadores de várias gerações com seus personagens inesquecíveis, cenários mágicos e temas universais de coragem, amizade e busca pelo lar.
No centro da história está Dorothy Gale, uma jovem que vive em uma tranquila fazenda do Kansas. Quando um forte tornado leva ela e seu cachorro Totó para longe, ela se vê na fantástica Terra de Oz, onde maravilhas e perigos estão à espreita. Aconselhada por uma bruxa bondosa, Dorothy parte para a Cidade das Esmeraldas seguindo a Estrada de Tijolos Amarelos, na esperança de que o misterioso Mágico de Oz possa ajudá-la a voltar para casa.
Busca por qualidades
Ao longo do caminho, ela faz amizade com o Espantalho, que deseja um cérebro; o Homem de Lata, que anseia por um coração; e o Leão Covarde, que busca coragem. Juntos, enfrentam provações, enganam uma bruxa malvada e descobrem que as qualidades que cada um buscava estavam dentro deles mesmos.
Os sapatinhos mágicos de Dorothy – que ela adquire depois que sua casa, arrastada por um tornado, cai sobre a Bruxa Malvada do Leste e a mata – são a chave final para seu retorno ao lar.
A Britannica, que o descreve como “um conto de fadas moderno com um cenário nitidamente americano”, também afirma que alguns consideram a corajosa Dorothy como uma das primeiras heroínas feministas da literatura infantil.
Seja no cinema, no palco ou na música, as diversas adaptações da Terra de Oz fizeram com que ela se tornasse um ícone da cultura pop. Mas os visuais mais frequentemente associados a ele resultam principalmente da adaptação cinematográfica de 1939 da MGM, estrelada por Judy Garland, então com 16 anos, cuja interpretação melancólica de Somewhere Over the Rainbow foi eleita “a melhor música do século 20” em uma pesquisa conjunta de 2001 do Fundo Nacional para as Artes dos EUA e da Associação Americana da Indústria de Gravação.
No 125º aniversário do livro, aqui estão algumas histórias curiosas sobre as cores que deram vida a O Mágico de Oz.
Sapatinhos que mudam de cor
No livro original de Baum, os calçados encantados de Dorothy eram prateados – e não vermelho rubi.
O filme de 1939 mudou-os para um vermelho cintilante para tirar o máximo proveito do então novo processo cinematográfico de cores Technicolor. O vermelho simplesmente se destacava mais na tela do que o prata, especialmente contra os tijolos amarelos da estrada.
Um par de sapatinhos usado por Judy Garland, roubado em 2005 de um museu de Minnesota e recuperado pelo FBI em 2018, foi vendido em um leilão por 28 milhões de dólares em 2024.
E cavalos mudam de cor
Para recriar “um cavalo de cor diferente” – o deslumbrante cavalo que muda de cor e recebe Dorothy e seus amigos na Cidade das Esmeraldas – foram usados quatro cavalos brancos separados para criar o efeito de um único cavalo que muda de cor a cada momento.
A Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra os Animais se opôs ao fato de o pelo dos cavalos ser tingido de forma tradicional. Diz a lenda que os técnicos os tingiram ou com pó de gelatina ou corante alimentício para criar um espectro de branco, roxo, vermelho e amarelo.
Como os atores equinos ficavam lambendo o pó colorido entre as tomadas, as cenas tinham que ser filmadas o mais rápido possível.
Através de óculos verdes
Curiosamente, o que é conhecido como “Cidade das Esmeraldas” não é verde nem feita de esmeraldas. Ela parece ser assim porque todos são obrigados a usar óculos de lentes verdes – um artifício inteligente do Mago para criar a ilusão de grandeza.
O filme de 1939, no entanto, apresentava uma metrópole literalmente verde, consolidando para sempre a Cidade das Esmeraldas na cultura popular como um paraíso verde e brilhante.
Qual a cor do vestido de Dorothy?
Também há opiniões divergentes na internet sobre se o vestido de Dorothy era azul e branco ou azul e rosa. Alguns sites de fãs explicam que o que parecia ser azul e branco era, na verdade, azul e rosa claro. A equipe de figurino aparentemente usou rosa, que ficou melhor na tela sob a iluminação intensa daquela época.
Não podemos deixar de lembrar o desafio de cores nas mídias sociais no início de 2015, conhecido como “The Dress” (o vestido). Aquele fenômeno viral mostrando a foto de um vestido provocou um debate sobre se ele era branco e dourado ou azul e preto, devido a diferenças na percepção das cores e na forma como o cérebro interpreta a iluminação.
Caleidoscópio de adaptações
Desde sua publicação original, O Mágico de Oz gerou uma varidade colorida de interpretações.
A música Goodbye Yellow Brick Road (1973), do cantor Elton John, escrita em parceria com Bernie Taupin, usa imagens de Oz para simbolizar a desilusão com a fama e o desejo de uma vida mais simples. A última turnê mundial do cantor de 78 anos foi rebatizada de Farewell Yellow Brick Road. Ela começou em Allentown, Pensilvânia, EUA, em 8 de setembro de 2018, e terminou em Estocolmo, Suécia, em 8 de julho de 2023.
Enquanto isso, The Wiz, de 1978, foi uma reimaginação musical totalmente negra, estrelando a ex-cantora do Supremes Diana Ross como Dorothy e o falecido rei do pop Michael Jackson como o Espantalho. Baseado no que foi originalmente um musical de sucesso da Broadway, o filme foi um fracasso de crítica. Mas algo mais significativo aconteceu nos bastidores: ele levou o produtor veterano Quincy Jones a cruzar pela primeira vez com seu futuro colaborador de Thriller, Jackson.
E também o sucesso de bilheteria da Broadway em 2003 Wicked inverteu totalmente o roteiro, contando a história não contada da incompreendida “Bruxa Malvada do Oeste” Elphaba – completa com pele de esmeralda e vocais que desafiam a gravidade. A propósito, o número mais conhecido do musical é, de fato, Defying Gravity.
O musical, que é baseado em um romance de mesmo nome, foi adaptado em um filme de duas partes, com Cynthia Erivo e Ariana Grande liderando o elenco. A primeira parte foi lançada em 2024 e foi indicada a 10 Oscars na 97ª edição do Oscar, ganhando dois – melhor figurino e design de produção.