02/06/2025 - 14:11
Diversos cientistas estudam os chamados “ossos galácticos”, ou seja, filamentos alongados enlaçados por campos magnéticos que parecem delinear a forma espiral da Via Láctea. Porém, com o auxílio de um telescópio potente, os pesquisadores da Universidade de Harvard observaram que um desses ossos parece estar “fraturado”.
Publicado na revista Monthly Notice of the Royal Astronomical Society, o estudo explora o osso G359.13142-0.20005, também conhecido como “a Serpente”. Trata-se de um filamento de 230 anos-luz de comprimento, com brilho intenso e que parece possuir uma fratura.
Segundo o artigo, a causa da ruptura seria um corpo não detectado anteriormente que se chocou com a estrutura. Possivelmente, uma estrela de nêutrons que girava em alta velocidade na mesma área da “Serpente”. Essas estrelas são densas e se originam de explosões de uma estrela supermassiva.
+ Astrônomos identificam objeto na Via Láctea que emite ondas de rádio e raios X a cada 44 minutos
+ Via Láctea é maior do que se pensava
Utilizando dois sistemas de detecção de ondas de rádio – o conjunto de telescópios MeerKAT, na África do Sul, e o Very Large Array, no Novo México – cientistas do Observatório de Raios-X Chandra da NASA encontraram vestígios de um pulsar no filamento.
Com base no que foi observado, os cientistas acreditam que esse pulsar atingiu o osso a uma velocidade entre 1.609.000 e 3.218.000 km/h. A suposta colisão teria distorcido o campo magnético do osso, o que gerou deformação no sinal de radiotelescópio.
“Pulsares” são tipos de estrelas de nêutrons que giram em altas velocidades e produzem fortes campos magnéticos. Não há, nos dias atuais, nenhum instrumento que possa vê-los diretamente por causa do seu tamanho e distância. Porém, radiotelescópios são capazes de identificar as ondas eletromagnéticas que tais corpos emitem e ouvi-las, convertendo o recebimento em som.