Bombardeio com mísseis e drones matou oito pessoas, incluindo duas crianças. Ucranianos dizem ter abatido avião bombardeiro russo a 300 Km da fronteira. Zelenski renova pedido aos aliados por mais armamentos.Um ataque aéreo russo matou ao menos oito pessoas, incluindo duas crianças, na região ucraniana de Dnipropetrovsk nesta sexta- feira (19/04), fazendo com que o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, renovasse o pedido por munição e reforços para a defesa antiaérea do país, enquanto os estoques diminuem rapidamente em razão de uma queda no envio de ajuda militar por parte do Ocidente.

“Cada país que fornecer sistemas de defesa aérea para a Ucrânia, cada líder que ajudar a convencer nossos parceiros de que sistemas de defesa aérea não devem permanecer armazenados, mas, sim, serem enviados a cidades e comunidades que enfrentam o terror, assim como todos os que apoiarem nossa defesa, são salvadores de vidas”, disse Zelenski.

“A Rússia deve ser responsabilizada por seu terror. Cada míssil, cada [drone] Shahed deve ser abatido”, afirmou. “O mundo pode assegurar isso, nossos parceiros possuem as capacidades necessárias para tal”.

Nesta sexta, uma bateria de mísseis atingiu a cidade de Dnipro e seus arredores nas primeiras horas do dia, danificando edifícios residenciais, a estação ferroviária e deixando ao menos 28 feridos, segundo as autoridades locais.

“Foi um terrível ataque russo à região de Dnipropetrovsk nesta manhã. Duas crianças estão entre os mortos. Uma menina de 14 anos e um menino de oito”, lamentou o ministro ucraniano do Exterior, Dmytro Kuleba, em postagem no X. “Crianças não podem ser mortas em ataques aéreos em plena Europa moderna. Temos de protegê-las com um escudo antiaéreo confiável.”

A companhia ferroviária estatal ucraniana Ukrzaliznytsia disse que suas infraestruturas foram atingidas no ataque, que matou uma de suas funcionárias e feriu outras sete pessoas.

A Rússia reforçou nas últimas semanas seus ataques aéreos a infraestruturas de energia e outros alvos, aumentando a pressão sobre as forças ucranianas nas frentes de batalha, onde os invasores vêm conseguindo obter avanços no leste ucraniano.

Bombardeiro russo abatido

Pela primeira vez desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, forças ucranianas abateram um avião russo Tu-22M3, um bombardeiro estratégico que teria participado do ataque a Dnipropetrovsk, afirmou o comandante da Força Aérea ucraniana e da agência militar de espionagem.

A aeronave estava 300 quilômetros além da fronteira com a Rússia. Fontes da inteligência ucraniana afirmaram à agência de noticias Reuters que foi utilizado no ataque um sistema de mísseis terra-ar de longo alcance S-200. O equipamento da era soviética teria sido modificado.

Imagens de vídeo amplamente compartilhadas nas redes sociais, cuja autenticidade não pôde ser comprovada pela DW, mostravam um avião com a cauda em chamas caindo em uma espiral descontrolada.

O Ministério russo da Defesa informou que o bombardeiro caiu na região russa de Stavropol, a centenas de quilômetros do território no leste ucraniano controlado por Moscou, enquanto retornava de uma missão de combate. No entanto, segundo a pasta, a queda aparentemente teria ocorrido em razão de problemas técnicos.

Os quatro tripulantes conseguiram se ejetar do avião: dois foram resgatados, um morreu e o quarto estava sendo procurado pelas equipes de busca, informaram as autoridades da região.

A Força Aérea ucraniana relatou ter abatido 15 dos 22 mísseis lançados pela Rússia, incluindo dos mísseis de cruzeiro Kh-22 e 14 drones de fabricação iraniana.

rc/le (Reuters, AFP)