25/04/2025 - 21:18
Jorge Avalo, de 60 anos, foi encontrado às margens do Rio Miranda, no Pantanal, após ser atacado por uma onça da região. O felino de grande porte acabou sendo capturado e realocado para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, em Campo Grande.
O caso recente envolvendo um felino de grande porte no Mato Grosso do Sul criou uma alerta na população próxima de que a ocorrência pudesse se tornar comum. Porém, Ambientalistas e a Polícia Ambiental (PMA-MS) explicaram ao longo dos últimos dias que o evento não é comum e que sua repetição deve ser rara.
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A PMA-MS explicou que encontros perigosos de onças com humanos são raros e acontecem quando o animal se sente ameaçado, durante o período reprodutivo ou se há escassez de alimentos.
A equipe que investiga o caso identificou dois fatores principais que podem ter atiçado o felino: o caseiro manipulava mel de abelhas constantemente e o cheiro pode ter atraído o bicho e a possibilidade de existir uma ceva no local.
A segunda hipótese é fortemente criticada pelas autoridades ambientais, já que a técnica pode atrair de forma nociva animais silvestres para que eles sejam observados por turistas – o instrumento pode desestabilizar a fauna local e causar mais casos como este.
Preocupação com a biodiversidade local
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) também tem atuado em prol da proteção da espécie. Com o andamento do caso, muitas instituições se preocupam com a possibilidade de uma onda de hostilidades contra as onças ser desencadeada.
“A onça-pintada é símbolo da biodiversidade brasileira e a morte de um indivíduo da espécie pode gerar diferentes prejuízos para a conservação no médio e longo prazo”, afirmou a IHP em nota.
O biólogo Gustavo Figueiroa, membro da Ong SOS Pantanal, utilizou seu perfil nas redes sociais para reforçar que as onças-pintadas não devem ser vistas como vilãs.
“A onça-pintada não é por natureza um animal perigoso para o ser humano. É um felino reservado que evita o contato com as pessoas e não representa ameaça direta quando não há uma provocação ou interferência humana”, declarou em uma publicação.
Figueiroa corroborou com o apontamento da Polícia Ambiental do Mato Grosso do Sul de que ataques que não tenham sido motivados pelo comportamento humano são muito raros – ele conta que encontrou seis vezes com as onças e nunca teve problemas já que em todos os eventos agiu da forma correta.
*Com informações de Estadão Conteúdo