29/09/2025 - 6:41
Ex-fuzileiro naval, veterano da guerra do Iraque, ateou fogo ao local e deixou ao menos oito feridos. FBI descreve incidente como “ato de violência direcionada”.Um ex-fuzileiro naval abriu fogo em uma igreja mórmon no estado americano do Michigan neste domingo (28/09) matando ao menos quatro pessoas. Ele jogou uma picape contra o edifício e ateou fogo ao local, no mais recente episódio daquilo que o presidente dos EUA, Donald Trump, chamou uma “epidemia de violência” nacional.
O ataque ocorreu por volta das 10h25 no horário local, quando centenas de pessoas estavam presente no culto de domingo na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em Grand Blanc Township, nos arredores de Flint.
O homem saiu da picape com duas bandeiras americanas hasteadas na caçamba e começou a atirar, antes de atear fogo ao local, disse o chefe de polícia William Renye. O agressor também levava consigo dispositivos explosivos, mas não ficou claro se ele os usou, segundo James Dier, do Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês).
Ao menos oito pessoas ficaram feridas. O atirador foi morto pela polícia no estacionamento, oito minutos após o primeiro chamado de emergência.
Veterano da guerra no Iraque
As autoridades identificaram o agressor como Thomas Jacob Sanford, de 40 anos, da pequena cidade vizinha de Burton. Relatos da imprensa local afirmam que ele cresceu na região e era um veterano dos Marines, o corpo dos fuzileiros navais americanos.
O motivo do ataque ainda não está claro. Os investigadores vasculharam a residência de Sanford, mas as autoridades não revelaram detalhes adicionais sobre ele. Segundo o jornal Detroit News, ele serviu na Marinha de junho de 2004 a junho de 2008, trabalhando como mecânico automotivo e operador de recuperação de veículos. Ele foi enviado para o Iraque de agosto de 2007 a março de 2008 e tinha a patente de sargento.
Segundo a polícia, Sanford primeiro invadiu a igreja com seu veículo, abriu fogo com um fuzil de assalto e, em seguida, incendiou o prédio. O FBI, que assumiu a investigação, descreveu o incidente como um “ato de violência direcionada”.
Renye disse que, além das duas vítimas cujas mortes foram relatadas inicialmente, outros dois corpos foram recuperados entre os escombros da igreja incendiada. As buscas ainda estavam em andamento na manhã desta segunda-feira.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – cujo líder morreu na noite anterior, aos 101 anos – chamou o ataque de domingo de um “trágico ato de violência”.
“Os locais de culto devem ser santuários de pacificação, oração e conexão. Oramos por paz e cura para todos os envolvidos”, escreveu a organização em seu perfil na rede social X.
Fundada em 1830, a Igreja Mórmon se considera um corpo cristão, mas baseia suas doutrinas no Livro dos Mórmons. Com sede no estado de Utah, no oeste dos EUA, as igrejas mórmons são espalhadas por todo o mundo, com milhões de fiéis.
“Epidemia de violência”
Os Estados Unidos, onde armas de fogo são facilmente acessíveis, possuem um longo histórico de episódios de violência armada.
As tensões aumentaram no país após uma série de ataques nas últimas semanas, incluindo o assassinato do ativista ultraconservador Charlie Kirk em Utah e um tiroteio em uma sede do departamento federal de Imigração e Alfândega (ICE) no Texas.
O ataque deste domingo também ocorre um mês após um tiroteio em massa em uma igreja e escola católica em Minnesota, no qual duas crianças foram mortas enquanto participavam de uma missa e várias outras ficaram gravemente feridas.
As divisões políticas se aprofundaram após os ataques, com o presidente Trump lançando uma campanha contra grupos de esquerda que ele acusa de serem “terroristas domésticos”.
“Esta epidemia de violência em nosso país tem que acabar imediatamente”, escreveu Trump neste domingo, em postagem em sua rede social, a Truth Social.
rc/md (DPA, AFP)