28/06/2019 - 10:32
Por 14 anos, um dos símbolos mais fotografados de Amsterdã, capital da Holanda, foi o letreiro gigante “I amsterdam” que funde a frase “I am Amsterdan” (Eu sou Amsterdã), que tinha 22 metros de comprimento por 3 m de altura. Mas o governo local decidiu retirar a atração da praça do museu para desafogá-lo de um excesso de visitantes.
Recentemente o Greenpeace obteve a autorização para colocar outro letreiro no mesmo local, seguindo o mesmo estilo e tamanho, às vésperas da reunião do G20, com as palavras “I amazonia”. A iniciativa é uma mensagem em prol da preservação da floresta amazônica que se vê mais ameaçada por diferentes ações durante a presidência de Jair Bolsonaro.
No Instagram, o Greenpeace publicou: “Dizem que a gente só dá valor a algo quando perde. Os holandeses, e os turistas, hoje sentem faltam de um dos seu principais cartões-postais, a escultura “I amsterdam”, que foi removida da famosa Praça dos Museus, de #Amsterdam. Isso inspirou nossos ativistas do Greenpeace Holanda a realizar esta linda ação: “I amazonia” (Eu sou Amazônia, em inglês), para nos lembrar da importância da nossa #floresta antes que ela acabe em função do #desmatamento. Quem passou pelo local, fez questão de registrar essa mensagem. Será que nós, brasileiros, só vamos dar valor a #Amazônia quando a perdermos? Confira nosso Stories para participar do abaixo-assinado pelo compromisso do governo com o #DesmatamentoZero.”
Fundo Amazônia
Entre os retrocessos na política ambiental do novo governo, está a paralização dos projetos financiados pelo Fundo Amazônia, mantido em sua esmagadora maioria por recursos da Noruega e Alemanha, que também participam do G20. Angela Merkel assumiu o compromisso de “fazer o possível, dentro das minhas forças, para o que acontece hoje no Brasil não aconteça mais. (…) Vejo com grande preocupação a atuação do novo presidente brasileiro (…) Vejo como dramático o que está acontecendo no país.”
Até o ano passado, cerca de dez projetos eram aprovados todos os anos, mas já é meio do ano de 2019 e nenhum projeto foi aprovado devido a intervenções feitas pelo presidente no processo de seleção. O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, levantou várias suspeitas de uso inadequado do dinheiro e queria direcioná-lo para indenizar proprietários rurais em unidades de conservação.
A proposta foi levada aos embaixadores da Noruega e da Alemanha e não foi aceita. Eles garantiram que as auditorias nunca encontraram irregularidades no uso das verbas, defenderam a manutenção do modelo que já vem funcionando há 10 anos, e elogiaram a competência e a independência do BNDES na gestão desses recursos.