Os marsupiais do gênero Palorchestes, um grupo extinto da megafauna australiana, tinham corpos e estilos de vida diferentes de qualquer espécie viva, de acordo com um estudo de pesquisadores australianos divulgado esta semana na publicação “PLOS One”.

Os palorquestídeos habitaram o leste da Austrália durante a maior parte dos últimos 25 milhões de anos. Esses animais já eram conhecidos por suas grandes dimensões, crânios estranhos semelhantes ao da anta e garras compridas. Até agora, porém, não havia um estudo detalhado de sua morfologia de membros.

No estudo publicado agora, Hazel Richards, da Universidade Monash, e colegas examinaram mais de 60 espécimes fósseis de palorquestídeos de idades geológicas variadas para caracterizar a função e a evolução de seus membros dianteiros e posteriores.

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O estudo revelou que os palorquestídeos se tornaram maiores e mais estranhos conforme evoluíam. A partir das proporções de fósseis encontrados, os autores estimaram que o maior e mais recente dos palorquestídeos pesaria mais de uma tonelada. Além disso, seus membros dianteiros eram extremamente musculosos e provavelmente foram adaptados para agarrar ou raspar folhas e galhos.

De forma única os entre mamíferos conhecidos, as articulações dos cotovelos dos maiores palorquestídeos parecem ter sido imóveis e fixadas em um ângulo de aproximadamente 100 graus. Com isso, os membros dianteiros serviam como ferramentas de coleta de alimentos flexionadas permanentemente.

“Este estudo nos permitiu, pela primeira vez, avaliar quão enormes eram esses palorquestídeos megamarsupiais, ao mesmo tempo que forneceu a primeira visão abrangente de uma estranha anatomia de membro sem precedentes no mundo dos mamíferos”, escreveram os autores.