Governo austríaco ampliou idade mínima para adquirir armamento e prometeu maior rigor em testes psicológicos. Atirador de 21 anos matou 10 no sul do país com armas documentadas.O governo da Áustria vai endurecer as leis sobre aquisição de armas de fogo no país após um tiroteio que deixou vítimas fatais em uma escola no sul do país, no começo de maio.

Um atirador de 21 anos matou 10 pessoas e tirou a própria vida em sua antiga escola, no município de Graz, utilizando uma espingarda e uma pistola Glock – ambas adquiridas legalmente.

“Prometemos que não voltaríamos à normalidade como se nada tivesse acontecido e que tiraríamos as conclusões corretas desse crime para estar à altura da responsabilidade que temos”, afirmou o chanceler austríaco, Christian Stocker, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (18/06), em Viena.

Elevação da idade mínima

Hoje, a Áustria tem uma política relativamente flexível em relação à compra de armas em comparação com outros países europeus. Qualquer adulto que não tenha sido proibido de possuir armas pode comprar uma espingarda.

Já a aquisição de uma arma de fogo considerada perigosa, como uma pistola, exige uma licença condicionada a um teste psicológico e a idade mínima de 21 anos.

Essa idade agora será elevada de 21 para 25 anos. O período de espera entre a compra e o recebimento do armamento também será ampliado de três dias para quatro semanas e as novas licenças para posse de arma terão validade de até oito anos.

“A decisão do gabinete de hoje mostra que estamos cumprindo essa responsabilidade”, acrescentou Stocker.

Ênfase em saúde mental

Stocker também afirmou que o país vai aumentar o rigor nos testes psicológicos exigidos para obter uma arma.

O governo ainda pretende aumentar o número de psicólogos escolares nos próximos três anos. O objetivo, segundo o chanceler, é identificar potenciais riscos de forma precoce.

O atirador de Graz havia sido reprovado em um teste psicológico exigido para o serviço militar, mas as Forças Armadas não têm permissão para compartilhar esta informação com órgãos civis e de controle.

Por isso, o governo austríaco também prometeu aprimorar o intercâmbio de dados entre os militares e os órgãos reguladores de armas de fogo, garantindo que essas informações passem a ser consideradas nas solicitações de licença.

“Quem representar perigo não poderá mais possuir armas de fogo”, afirmou o vice-chanceler Andreas Babler.

As investigações sobre a possível motivação do ataque seguem em andamento.

gq (dw, reuters, dpa)