Quatro alemães foram flagrados pela polícia em Braunau no fim de semana depositando flores e fazendo a saudação nazista na casa na qual o ditador nasceu, em 20 de abril de 1889.A polícia austríaca anunciou nesta segunda-feira (22/04) que prendeu quatro cidadãos alemães que depositaram rosas brancas na casa onde o ditador Adolf Hitler nasceu, em Braunau am Inn. O grupo foi detido no último sábado, 20 de abril, o aniversário de Hitler.

Segundo a polícia da Áustria, foram presas duas irmãs de 24 e 26 anos de idade, bem como seus parceiros de 29 e 31 anos. Os nomes não foram divulgados.

Ainda de acordo com as autoridades, as rosas foram depositadas pelo grupo no parapeito de uma janela da casa. Uma das mulheres também foi vista pela polícia fazendo a saudação nazista, e o grupo posou para fotos.

Interpelada pela polícia, a mulher disse que o gesto era uma brincadeira. No entanto, após uma inspeção no telefone da mulher, a polícia encontrou mensagens de bate-papo e fotos com temas nazistas sendo compartilhadas entre os quatro.

A polícia disse que os quatro foram indiciados por suspeita de violação de uma lei austríaca que proíbe a exibição de símbolos do nazismo. Patrulhas policiais costumam ser intensificadas em 20 de abril de cada ano na região, com atenção especial para a casa em Braunau am Inn.

O passado austríaco de Hitler

Hitler, o fundador do nazismo e ditador da Alemanha entre 1933 e 1945, nasceu em 20 de abril de 1889 nessa cidade de 17 mil habitantes não distante da fronteira com o estado alemão da Baviera. Ele viveu lá até os três anos de idade e posteriormente sua família se mudou para Passau, na Alemanha.

Por anos, a casa onde o ditador nasceu foi tema de debates acalorados na Áustria. No passado, as autoridades decidiram converter o imóvel, hoje uma propriedade estatal, em uma delegacia de polícia – um projeto destinado a desestimular peregrinações de neonazistas.

A Alemanha nazista anexou a Áustria em 1938. Apesar do fato de que vários cúmplices de Hiltler eram de nacionalidade austríaca, assim como originalmente o próprio ditador, historiadores apontam que o país alpino demorou para reconhecer sua responsabilidade no Holocausto e por outros crimes cometidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Em frente à casa há um memorial de granito com a inscrição: “Pela paz, liberdade e democracia, fascismo nunca mais, advertem milhões de mortos”.

jps/bl (dpa, DW, ots)