Primeira reunião pessoal entre os dois desde a posse de Biden como presidente americano visa ajudar na “gestão” das diferenças entre as duas superpotências.O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o seu homólogo chinês, Xi Jinping, abriram nesta segunda-feira (14/11) sua primeira reunião presencial desde que o democrata americano tomou posse, há quase dois anos. O objetivo do encontro é “gerir” as diferenças entre as superpotências, enquanto competem por influência global em meio a crescentes tensões econômicas e de segurança.

Xi e Biden se cumprimentaram com um aperto de mão num luxuoso resort de Bali, na Indonésia, onde participam da cúpula do G20 – a reunião das maiores economias mundiais começa oficialmente nesta terça-feira – , antes de se sentarem para uma conversa prevista para durar várias horas. Os dois já se encontraram muitas vezes, inclusive quando Biden era vice-presidente.

“Como líderes de nossas duas nações, compartilhamos a responsabilidade, em minha opinião, para mostrar que China e Estados Unidos podem gerir suas diferenças, evitar que a concorrência se torne algo cada vez mais próximo do conflito e encontrar maneiras de trabalhar juntos em questões globais urgentes que requeiram nossa cooperação mútua”, declarou Biden na abertura da reunião.

Xi disse esperar que ambos “tracem o curso certo para o relação China-EUA'' e que está preparado para uma conversa “franca e com profunda troca de pontos de vista'' com Biden.

Posições reforçadas em casa

Ambos os líderes entraram na reunião com posição política reforçada em casa. Os democratas festejam ter conseguido manter o controle do Senado americano, com a chance de aumentar a vantagem na Casa dos Representantes com o segundo turno na Geórgia, em dezembro, enquanto Xi obteve em outubro um inédito terceiro mandato de cinco anos no 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC).

Os assessores da Casa Branca têm tentado repetidamente abafar qualquer noção de conflito entre as duas nações, enfatizando acreditar que os países são capazes de trabalhar em conjunto em desafios comuns, como mudanças climáticas e segurança sanitária.

Contudo as relações ficaram mais tensas sob sucessivas administrações. Como presidente, Biden repetidamente criticou a China por questões de direitos humanos, como os abusos contra a população uigur e outras minorias étnicas, repressão a ativistas da democracia em Hong Kong, práticas de comércio coercitivo e provocações militares contra Taiwan.

Os dois países também enfrentam divergências sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia. As autoridades chinesas basicamente se abstiveram de críticas públicas ao conflito, embora Pequim tenha igualmente evitado apoio direto, como fornecimento de armas a Moscou.

Taiwan revelou-se uma das questões mais controversas entre Washington e Pequim. Várias vezes em sua presidência, Biden disse que os EUA defenderiam a ilha, no caso de uma invasão liderada por Pequim.

Funcionários do governo americano ressaltaram, entretanto, que os EUA não mudaram sua “política de uma China”. Washington reconhece Pequim como o governo do país e não mantém relações diplomáticas com Taipei, embora tendo contatos não oficiais com a ilha e fornecendo equipamentos militares para a defesa do território.

md/av (AP, AFP, Reuters)