Ex-presidente passou mal e precisou ser internado, mas foi liberado e mantém acompanhamento. Exame de lesões cutâneas indica presença de carcinoma, que já foi removido.O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira (17/09) e retornou à residência onde cumpre prisão domiciliar. Ele havia sido admitido no Hospital DF Star, em Brasília, na tarde de terça-feira, em razão de um quadro de vômitos, tontura, queda de pressão arterial e pré-síncope.

Em nota à imprensa, o hospital informou que Bolsonaro apresentou melhora dos sintomas e da função renal após passar por hidratação e por tratamento medicamentoso por via endovenosa.

Exames indicam câncer de pele

Bolsonaro havia ido ao hospital também no último domingo para a remoção de oito manchas na pele.

Segundo o boletim médico divulgado nesta quarta-feira, a biópsia de duas lesões retiradas na ocasião apontou a presença de carcinoma de células escamosas, um tipo comum de câncer de pele, sendo necessário acompanhamento clínico e reavaliação periódica. Ele deixou o local no mesmo dia, mas precisou ser internado novamente ao passar mal dois dias depois.

O carcinoma, também conhecido como doença de Bowen, é uma forma inicial de câncer de pele identificado em células superficiais (camada mais externa da pele) e com formato não invasivo, o que significa que não pode se espalhar para outras partes do corpo.

Segundo sua equipe médica, o carcinoma identificado é de nível intermediário, mas a remoção das lesões é curativa, ou seja, ele não precisará passar por novo procedimento cirúrgico ou tratamentos adicionais, como a quimioterapia.

Prisão domiciliar

Desde o dia 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A medida cautelar foi definida no inquérito no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e o próprio Bolsonaro são investigados por atuarem junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo, entre elas, o cancelamento de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky.

Conforme a decisão, Bolsonaro é autorizado a deixar sua residência em situações de emergência à saúde, mas precisa comprovar a urgência médica em até 24 horas. Ele é vigiado por agentes da Polícia Federal e mantém o uso de tornozeleira eletrônica enquanto aguarda os recursos do processo em que foi condenado por tentativa de golpe de Estado.

gq/md (Agência Brasil, OTS)