17/11/2025 - 13:38
Hermann Göring, o braço direito de Adolf Hitler e figura central no estabelecimento dos primeiros campos de concentração, fez uma declaração ultrajante durante os Julgamentos de Nuremberg (1945-1946), que buscaram responsabilizar os líderes nazistas por seus crimes.
Em Nuremberg, Göring negou saber da política de “eliminação dos judeus”.
O tribunal inovou no direito internacional ao aplicar o conceito de responsabilidade individual aos líderes de Estado.
Göring foi considerado culpado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, sendo condenado à morte.
Horas antes da execução, o braço direito de Hitler cometeu suicídio na cela.
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Ao ser confrontado sobre o Holocausto, Göring alegou desconhecer a dimensão dos assassinatos: “Eu já disse que sequer imaginava em que medida isso aconteceu”, declarou.
O tribunal o pressionou: “Você não sabia em que medida? Mas você sabia que havia uma política de eliminação dos judeus”.
Göring respondeu: “Não, havia de extradição, não de eliminação dos judeus. Eu só sabia que certos atos haviam ocorrido.”
Os Julgamentos de Nuremberg, conduzidos pelos Aliados (EUA, Reino Unido, França e União Soviética), inovaram no direito internacional. Pela primeira vez, foi aplicado o conceito de responsabilidade individual, permitindo que líderes fossem pessoalmente processados pelas atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial.
O advogado Philipp Graebke explica a mudança de paradigma:
“Até então, um oficial de Estado como Hermann Göring podia presumir – o que ele provavelmente fez – que a Alemanha, como o Estado para o qual ele agia, poderia ser responsabilizada, mas não ele pessoalmente.”
As evidências contra os réus eram devastadoras, incluindo filmagens dos campos de concentração, depoimentos de sobreviventes, além de cartas e ordens que comprovavam o envolvimento direto da liderança nazista.
Göring foi considerado culpado em todas as acusações. A sentença foi lida:
“Wilhelm Hermann Göring, culpado de conspiração, crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Pena de morte por enforcamento.”
Contudo, horas antes de ser executado, Göring tirou a própria vida em sua cela — fugindo da responsabilização, assim como tentou fazer durante o julgamento.
