04/12/2020 - 23:06
O Carrefour anunciou nesta sexta-feira (4) o fim da terceirização dos serviços de segurança nos supermercados do grupo. A decisão foi tomada por sugestão do Comitê Externo e Independente criado pela rede para analisar medidas preventivas após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, espancado até a morte por dois seguranças em uma filial do grupo em Porto Alegre no último dia 19 de novembro, um dia antes da data em que se se celebra no país a Consciência Negra.
Segundo um comunicado do Carrefour distribuído à imprensa, a internalização dos serviços de segurança será realizada de forma gradual. Ela começará pelos quatro hipermercados no Rio Grande do Sul, dentro de um projeto piloto.
“O novo modelo é o ponto inicial para transformação do seu modelo de segurança e faz parte dos compromissos anunciados pela rede. O processo de recrutamento e o treinamento dos profissionais para as lojas contarão com associação que reúne empreendedores negros da região de Porto Alegre. Todo o processo de internalização da segurança terá como foco a implementação de práticas antirracistas e de uma cultura de respeito aos direitos humanos, além de considerar a representatividade da população brasileira (50% de mulheres e 56% de negros) como um compromisso”, diz a nota.
Ação de indenização
O Grupo Carrefour é investigado pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre e pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre práticas relacionadas à fiscalização de serviços de segurança contratados e também sobre medidas para o enfrentamento de ações racistas e discriminatórias. Na Justiça, o conglomerado também responderá a uma ação civil pública que pede indenização de R$ 200 milhões por danos morais coletivos e sociais.
A contratação direta das novas equipes de segurança do Carrefour está em andamento. A admissão dos novos funcionários está prevista para o dia 14 de dezembro.