Evolução e cooperação

● Foi reconfortante ler a matéria “Para evoluir, é preciso cooperar” (PLANETA nº 453). É bem verdade que não faltam candidatos a colocar fogo no circo que é este planetinha – basta ler de vez em quando o noticiário para ver, por exemplo, que o estoque de ditadores malucos, fanáticos religiosos e capitalistas hiperselvagens continua em alta. Com armas, tecnologia e poder nas mãos, essa gente pode promover estragos seriíssimos e pôr em risco a existência da nossa espécie na Terra. Mas vale a pena dar um crédito ao pensador australiano John Stewart e pensar que todos esses personagens mefistofélicos são, no contexto da nova perspectiva da evolução, células cancerosas que conseguiremos eliminar em nossa trajetória para cima e para o alto. Enquanto eles prosseguem com suas maquinações, um número bem maior de pessoas preocupa-se cada vez mais com a vida em harmonia no planeta e percebe que cooperar é a verdadeira pedra de toque do nosso futuro. Estamos na transição para tempos melhores e, mais cedo ou mais tarde, veremos essas células degeneradas serem descartadas como experiências evolutivas que falharam.

Carlos Edmundo R. Machado, Belo Horizonte, MG, por e-mail.

 

● O australiano John Stewart afirma que a evolução na Terra tem sido pautada pela concorrência e pela seleção, pressões que se enfraquecem diante do surgimento de uma sociedade global e, portanto, sem concorrente direto. Torço sinceramente para que ele esteja certo, apesar de sentir que o turning point, o momento da virada, ainda não está próximo. De qualquer forma, é bom saber que, ao longo de 3 bilhões de anos de história da vida na Terra, as alternativas violentas não foram as grandes vencedoras, como constatou Fritjof Capra.

Sonia Andrade, Rio de Janeiro, RJ, por e-mail.

Somos o que comemos

● Caro Luis Pellegrini, fiquei maravilhada ao ler a tua matéria “Somos o que comemos” (PLANETA nº 453) e acredito que uma grande mudança nas minhas atitudes com vistas à alimentação se processou em meu ser a partir dela. Desde a pré-adolescência convivi com a anorexia e a bulimia, vi-me muitas vezes à beira da morte, passei por várias internações e encontrei um paliativo para conseguir sobreviver, pois foi o que a minha mente fabricou como aceitação para o meu interior: o iogurte. Nunca consegui ter uma relação harmoniosa com a alimentação, sempre foi algo meio louco. Hoje, tenho certeza de que um espírito sempre me perturbou.

Após a minha aproximação de Deus, sentia-me em falta com ele, pois ainda não havia conseguido me libertar dessa prisão. Ficava sem comer por horas e horas e, quando comia, comia sem parâmetro algum, sem freio algum. Comia por comer e tinha de ser exageradamente, pois sabia que logo a seguir eu colocaria tudo para fora. Mas a matéria de PLANETA mexeu comigo, com a minha espiritualidade, e lembrou-me de maneira mais contundente que tenho imperiosamente de mudar, pois estou desagradando a Deus, visto que o alimento é algo sagrado e abençoado por ele. Parabéns pela iniciativa e pela luz que tiveste para escrever essa matéria, pois o enfoque que deste foi propício, muito, muito relevante, revolveu as minhas entranhas e convicções.

Neusa de Araújo, por e-mail

 

Tempestades

● Tenho parentes que moram no litoral norte de Santa Catarina e acompanhei com aflição todo o drama que eles viveram nas recentes cheias no Vale do Itajaí. Como vivo em São Paulo e também passei pelo incrível verão de um temporal por dia, li com interesse redobrado a matéria “Tempestades: a ameaça que vem do céu” (PLANETA nº 453). O mais preocupante, no caso de grandes cidades como aquela em que moro, é a pouca percepção das autoridades sobre as dimensões do problema e a necessidade de mudanças para que ele seja eliminado ou pelo menos amenizado. Vejo que planos diretores são elaborados com estímulos à expansão imobiliária aqui e ali, mas não noto medidas específicas para compensar a resultante impermeabilização do solo, por exemplo. Será que pensaram em alguma forma de absorver parte dessa chuva toda, com telhados verdes ou tanques que reaproveitem o líquido coletado? Nossos administradores precisam dar atenção a essas questões e mostrar aos eleitores o que estão fazendo pelo nosso bem nessa área.

Carla C. Delatorre, São Paulo, SP, por e-mail.

 

Neuromarketing

● Não adianta: os gênios do marketing estão sempre procurando nos hipnotizar para comprarmos o que eles querem, como é mostrado na reportagem “Neuromarketing: como apertar o botão de compras da sua mente” (PLANETA nº 453). Até a ciência de ponta já foi cooptada para vender serviços a esses senhores. E quem não costuma usar cotidianamente sua massa cinzenta fica à mercê desses Maquiavéis que, frequentemente, querem nos empurrar artigos de má qualidade e/ou que não desejamos. Só mesmo desenvolvendo o senso crítico é que venceremos esses hipnotizadores interessados apenas em seu próprio bem-estar.

Daniela Nunes, Rio de Janeiro, por e-mail.

Magia: que bicho é esse?

● À medida que lia a matéria “Magia: que bicho é esse?” (PLANETA nº 452), fui tendo a sensação de voltar a 60 anos atrás. Eu tinha então meus 5 anos de idade e, desde então, reuni lembranças marcantes de uma época em que tudo fazia e imaginava como se estivesse num mundo mágico. A começar pelas fantasias criadas dos filmes seriados vistos nas matinês de domingo e que se estendiam nas minhas encarnações de super-heróis – Zorro, Super-Homem, Tarzan e muitos outros… Na nossa pureza de meninos, acreditávamos que tudo que faziam nas telas era real e procurávamos imitá-los. Pois é aí que entram os momentos mágicos que nos fizeram sentir por tanto tempo como super-heróis de verdade.

Um exemplo: vestido de Super-Homem, me atirei de 15 metros de altura, tentando voar. Logicamente não voei, mas tampouco me esborrachei no chão, e só posso atribuir isso à magia. Feito um toureiro espanhol, enfrentei bois ferozes e sempre escapei ileso. Também atirei facas como no circo, ao redor do corpo de um colega em uma tábua, sem nunca feri-lo. Por quê? Pela magia.

Hoje, penso naqueles atos perigosos e no fato de nunca ter ocorrido um acidente. Creio que somos velados por algum ente sobrenatural a todo instante da vida.

Célio Roberto de Araújo, Areado, MG, por e-mail.

 

 

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