06/05/2025 - 14:57
Médicos iranianos publicaram um estudo em 22 de abril sobre um jovem de 23 anos que desenvolveu a síndrome da cabeça caída por conta do abuso de drogas como heroína, ópio e anfetaminas. De acordo com a pesquisa, a condição não foi causada diretamente pelas substâncias, mas porque o paciente permanecia na mesma posição por um longo período enquanto estava sob efeito dos entorpecentes, algo que, ao longo de meses, provocou alterações musculoesqueléticas.
A síndrome da cabeça caída, também conhecida pela sigla em inglês DHS (Dropped Head Syndrome), é uma condição médica grave e rara caracterizada pela fraqueza nos músculos do pescoço que os tornam incapazes de sustentar o crânio contra a força da gravidade.
A doença geralmente está associada a fatores neuromusculares como as miopatias mitocondrial ou congênita, doença do neurônio motor, PDIC (Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica) e mielopatia cervical.
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Segundo o estudo, o jovem apresentou os sinais da síndrome durante 15 meses até ir ao Hospital Alzahra, em Isfahan, no Irã. O paciente relatou sofrer com dores crônicas no pescoço e formigamento. Ainda, o queixo do iraniano permanecia quase em contato com o manúbrio do esterno — a parte superior do osso do peito.
Antes de ir ao hospital, o paciente fez uso de remédios tradicionais e medicamentos à base de ervas que não surtiram efeito. O jovem não foi identificado, mas foi descrito como vindo de um “ambiente socioeconomicamente desfavorecido”, além de possuir um histórico de transtorno depressivo maior e abuso de substâncias.
“Após cada episódio de uso de anfetaminas, o paciente manteve consistentemente uma posição cifótica — uma curvatura excessiva da zona superior da coluna para frente — fixa do pescoço por longos períodos, levando a uma alteração progressiva em seu alinhamento cervical”, pontuaram os médicos no estudo.
Exames constataram deformidades nas vértebras C3, C4 e C5, sendo necessária uma intervenção cirúrgica para realinhar o pescoço. O procedimento médico foi bem-sucedido e, no dia seguinte após a cirurgia, o paciente já conseguia andar. O jovem recebeu alta em três dias, mas precisou utilizar um colar especial por três meses, além de passar por consultas psiquiátricas.